Dieese: desemprego deve ficar abaixo de 10% em 2011

A taxa de desemprego no conjunto de sete das principais regiões metropolitanas do País deve chegar a cair abaixo de 10% ao longo deste ano, de acordo com os coordenadores da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Em fevereiro, o desemprego ficou em 10,5% nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador, São Paulo e Distrito Federal, o menor índice para meses de fevereiro de todo levantamento, iniciado em 1998.

De acordo com o coordenador do Dieese, Sérgio Mendonça, o comportamento da taxa de desemprego costuma ser de alta nos três primeiros meses do ano, de relativa estabilidade no meio do ano e de queda nos últimos meses. “Tudo indica que o desemprego continuará a cair em 2011, mas em velocidade menor do que em 2010”, afirmou.

Segundo ele, a taxa de desemprego já está próxima ou abaixo do patamar de 10% nas regiões metropolitanas de São Paulo (10,6%), Belo Horizonte (7,8%), Fortaleza (8,6%) e Porto Alegre (7,3%), mas permanece acima desse patamar em Salvador (14,3%), Recife (13,9%) e Distrito Federal (12,7%). “São Paulo representa cerca de metade do universo da pesquisa e está puxando o desemprego para baixo. Além disso, temos três regiões metropolitanas já com taxas de desemprego baixas e outras três que, embora acima dos 10%, também registram um nível de desemprego historicamente baixo para suas regiões”, explicou.

Mendonça destacou que o nível de ocupação no conjunto das regiões pesquisadas aumentou 2,9% na comparação com fevereiro de 2010, variação avaliada como expressiva, mas menor que nos últimos 12 meses nesta base de comparação. “Esse comportamento do nível de ocupação é condizente com a taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) mais modesta”, disse, lembrando que nos últimos 12 meses a ocupação registrou crescimento ao redor de 4% nesta base de comparação.

Ele ressaltou, porém, que a massa de rendimentos dos ocupados, indicador que combina a ocupação e o rendimento, subiu 9,9% em janeiro deste ano comparativamente ao mesmo mês do ano passado. “Isso mostra que a economia não vai desacelerar de forma tão intensa. Eu não apostaria em crescimento do PIB menor que 4%.”

De acordo com o coordenador do índice pela Fundação Seade, Alexandre Loloian, a taxa de desemprego costuma aumentar mais intensamente nos meses de fevereiro comparativamente a janeiro. “Fevereiro é uma época de demissão em todos os setores. Portanto, podemos dizer que tivemos um bom desempenho no mês de fevereiro, que registrou estabilidade”, afirmou.

ABC

Na região metropolitana de São Paulo, o desemprego registrou o menor nível para meses de fevereiro desde 1990, quando ficou em 8,1%. Ele ressaltou que no ABC e nos demais municípios da região metropolitana, exceto São Paulo, o desemprego atingiu o menor nível da série: respectivamente, 9,6% e 11,7%. Na capital paulista, o desemprego ficou em 9,8%.

No mês passado, o único setor que registrou aumento no nível de ocupação na comparação com janeiro foi a indústria, com alta de 0,8% e criação de 14 mil postos de trabalho. No comércio, a ocupação caiu 1,5%; no setor de serviços, 0,3%; e nos demais (construção civil e serviços domésticos), 0,4%. De acordo com Loloian, o crescimento do emprego na indústria foi puxado pelos setores de metal mecânica e gráfico.

Considerando todos os setores, o nível de ocupação caiu 0,3% em fevereiro ante janeiro na região metropolitana de São Paulo, mas ainda registra uma alta de 2,8% na comparação com fevereiro de 2010. No conjunto das sete regiões metropolitanas, a Fundação Seade e o Dieese contabilizam 471 mil desempregados a menos que em fevereiro de 2010, desempenho avaliado como “virtuoso”.

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