Dia da mulher escancara desigualdades de gênero

O número de mulheres no mercado de trabalho mundial em 2007 foi o maior da história. De acordo com o relatório ?Tendência Mundial do Emprego das Mulheres?, divulgado na última quinta-feira pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), já são 1,2 bilhão de mulheres trabalhando. Em dez anos, 200 milhões delas entraram no mercado de trabalho, mas ainda assim os homens continuam sendo maioria, com 1,8 bilhão de empregos ocupados.

Uma das novidades apontadas pelo estudo foi que, na última década, o setor de serviços superou o da agricultura como principal gerador de oportunidades para as mulheres. No ano passado, 36,1% delas trabalhavam no campo, contra 46,3% no segmento de serviços. Entre os homens, a proporção e de 34% na agricultura e 40,4%, em serviços.

Apesar dos avanços na busca de um espaço no mercado de trabalho, as mulheres do Paraná ainda ganham menos do que os homens. Um estudo feito pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) revelou que a remuneração média da mulher paranaense em 2006 foi metade do valor recebido pelo homem. Enquanto os representantes do sexo masculino recebiam, em média, R$ 3.343,39 (incluindo férias e décimo terceiro), os do sexo feminino ganhavam R$ 1.729,29. A menor diferença se deu entre os analfabetos, no qual as mulheres ganharam 81,2% do salário dos homens. Entre os trabalhadores com Doutorado, o rendimento das mulheres foi de 88,4% do salário dos homens.

Em atividades onde tradicionalmente as mulheres estão inseridas em maior número elas ganham, em média, 30% menos que os homens, segundo o Ipardes. O estudo da OIT indicou ainda que o salário das mulheres é menor porque elas continuam exercendo atividades em setores pouco produtivos, que oferecem baixa remuneração e que não têm cobertura social, como assistência à saúde e aposentadoria. A pesquisa do Ipardes revelou ainda que, gradativamente, as mulheres vêm tendo maior participação no mercado de trabalho paranaense. Enquanto em 2001 a participação delas era de 41,9%, em 2006 passou para 44,6%.

Um grande avanço para as mulheres nos últimos cinco anos foi que elas estudaram mais do que os homens. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicaram que em 2006, a maior parte delas (53,4%) tem mais de 15 anos de estudo, ou seja, curso superior completo ou mais. O IBGE apontou ainda que 46,6% dos homens estão na mesma condição. A diminuição da informalidade foi outra vantagem. De acordo com o Ipardes, isto se deve, principalmente, à maior inserção da mulher no serviço público, no qual houve aumento de 1,4% entre 2001 e 2006, enquanto houve queda de 0,3% no ingresso de homens neste mesmo setor. Já nos postos de trabalho com carteira assinada, as mulheres tiveram um aumento de 3% e os homens, de 4,4% no mesmo período. 

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