Desemprego estável entre fevereiro e março

A taxa de desemprego apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nas seis principais regiões metropolitanas do País subiu para 10,4% em março, ante 10,1% em fevereiro. Em março de 2005, a taxa havia sido de 10,8% A variação entre fevereiro e março é considerada como ?estabilidade? pelo instituto. A taxa média de desemprego no primeiro trimestre do ano foi de 9,9%, a menor para um primeiro trimestre desde o início da nova série da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), em 2002.

O número de ocupados nas seis regiões metropolitanas somou 19,92 milhão de pessoas, com estabilidade em relação ao mês de fevereiro e crescimento de 1,9% na comparação com março de 2005. A população desocupada totalizou 2,31 milhões, com crescimento de 3,6% ante fevereiro e queda de 2,6% ante março de 2005.

Para o coordenador da pesquisa mensal de emprego do IBGE, Cimar Azeredo, o mercado de trabalho nas seis principais regiões metropolitanas do País em março mostrou ?um momento de preparação para uma inflexão na taxa de desocupação (desemprego)?. Em sua avaliação, o número de vagas deverá aumentar a partir de abril ou maio, como tradicionalmente ocorre.

Segundo Azeredo, 2006 ainda não começou para o mercado de trabalho nessas seis regiões, mas ?isso não é desfavorável, é natural?. Ele sublinhou que sazonalmente a taxa de desemprego segue uma trajetória de elevação no ano até março ou abril e, a partir daí, inicia uma inflexão para novas quedas. Para Azeredo, ?estatisticamente não houve elevação? da taxa de desemprego em março, que ficou em 10,4% – a maior registrada desde abril de 2005 (10,8%) -, ante 10,1% em fevereiro.

Ele ressaltou que a taxa de desemprego média do primeiro trimestre (9,9%) foi a menor registrada em um primeiro trimestre desde o início da série histórica da pesquisa, em 2002, o que ele considera muito positivo para um período delicado para o mercado de trabalho como o início do ano, no qual a taxa tende a subir em relação ao final do ano anterior.

O aumento na taxa de desemprego em março, para 10,4% ante 10,1% em fevereiro – variação considerada como ?estabilidade? pelo IBGE – ocorreu por causa do aumento da procura por uma vaga no mercado, e não por causa da dispensa de trabalhadores, segundo observou o coordenador da pesquisa mensal de emprego. Enquanto a população ocupada não apresentou qualquer variação de um mês para o outro, o número de desocupados (sem trabalho e procurando emprego) subiu 3,6% de fevereiro para março, com o acréscimo de 81 mil pessoas à procura de emprego.

Segundo Azeredo, esse crescimento é natural nessa época do ano, quando a atividade econômica começa a aquecer e os desocupados estão mais estimulados a buscar uma vaga. Em março, 54,8% dos 2,31 milhões de desocupados nas seis regiões eram mulheres e 45,2% homens. O maior percentual de desocupados (49%) tinha 11 anos ou mais de estudos e a maior parte desse grupo (pelo menos 70%) estudaram até o segundo grau.

Além disso, 20,7% dos desocupados procuravam emprego pela primeira vez (a maior parte na faixa etária entre 16 a 24 anos) e 79,3% já trabalharam anteriormente. O detalhamento dos desocupados mostra também que 47,9% deles procuravam emprego há pelo menos 31 dias e no máximo há seis meses, enquanto 11,9% procuravam uma vaga há mais de dois anos.

Renda

Os dados da pesquisa mensal de emprego de março mostram que o processo de recuperação de renda prossegue, mas de forma mais discreta do que vinha ocorrendo nos meses anteriores, segundo Azeredo. Ele disse que o aumento de 0,5% no rendimento médio real dos trabalhadores nas seis regiões pesquisadas em março ante fevereiro foi ?menor do que o esperado para essa época do ano?. No entanto, ele lembrou que há uma recuperação do poder de compra num período mais longo de comparação, já que é significativo o aumento de 2,5% no rendimento em março ante igual mês do ano passado.

Em março, o rendimento médio nas seis regiões chegou a R$ 1.006,80, superior ao registrado nos períodos mais recentes, mas ainda inferior ao registrado em fevereiro de 2003 (R$ 1.009,56). O maior rendimento médio da série histórica do IBGE, iniciada em março de 2002, foi registrado em julho de 2002 (R$ 1.142,02).

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