Desempenho deve melhorar com a revisão do PIB

Rio (AE) – O mau desempenho do setor de serviços, que chega ao terceiro ano consecutivo com taxa de crescimento abaixo do Produto Interno Bruto (PIB), é fruto da dificuldade que a metodologia utilizada pelo IBGE tem para captar as mudanças vividas pelo setor nos últimos anos. A opinião é de especialistas consultados pela reportagem, que esperam uma taxa de crescimento maior na revisão do PIB que será divulgada pelo IBGE no fim do mês.

O setor de serviços fechou o ano de 2006 com crescimento de 2,4%, inferior ao verificado na indústria (4%) e agropecuário (3,2%). Como tem grande peso sobre o cálculo final do PIB, o desempenho dos serviços puxou para baixo a taxa global de crescimento da economia, que fechou o ano em 2,9%. ?O setor de serviços é o que mais cresce no mundo e não deveria ser diferente no Brasil?, diz o economista Leonardo Miceli, da Tendências.

?Há uma série de novas atividades econômicas neste segmento que podem não estar sendo captadas pelo IBGE?, completa Miceli. O próprio instituto reconhece defasagens em sua metodologia e se prepara para anunciar novos números para o PIB brasileiro, com base em novos modelos de pesquisa. ?Os indicadores trabalham com ponderações antigas, que não refletem a economia real?, concorda o economista Sérgio Vale, da MB Associados.

Para cálculo do PIB, o setor de serviços é subdividido pelo IBGE em sete subsetores: comércio, transporte, comunicações, instituições financeiras, aluguéis, administração pública e outros serviços. Dentre eles, especialistas apontam que comunicações, instituições financeiras e administração pública têm os maiores problemas de captação de dados. ?O IBGE usa, até hoje, selo de correio como indicador para calcular o PIB das comunicações?, aponta Miceli.

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