O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) "está caminhando para os R$ 60 bilhões" de desembolso acumulado em 12 meses, disse nesta quinta-feira (28) o diretor financeiro, administrativo e de operações indiretas da instituição, Maurício Borges Lemos. De acordo com ele, em maio, as liberações em 12 meses foram de R$ 57,7 milhões e é possível que o patamar de R$ 60 bilhões seja atingido em julho ou agosto. Lemos considera que o BNDES pode superar a meta de desembolsos para este ano, que, de segundo ele é de R$ 58 bilhões. Desde 2003, as metas de desembolso fixadas pela instituição não são atingidas.
O diretor financeiro afirmou que as liberações do banco cresceram muito e que, por isso, o principal objetivo da emissão de R$ 1 bilhão a R$ 1,35 bilhão em debêntures (títulos) da empresa de participações da instituição, a BNDESPar, é obter recursos para fazer frente a esse crescimento. "Cumprido esse objetivo número 1, lembramos do compromisso de desenvolver o mercado de capitais brasileiro", disse.
Lemos comentou que o BNDES tem atuado na parte da demanda, comprando ações e participações, por exemplo, e o lançamento de debêntures é uma atuação no lado da oferta. É para desenvolver o mercado de capitais que a instituição está oferecendo as debêntures também a pessoas físicas que queiram investir, já que para o banco, o custo da operação com pessoas físicas é maior do que com investidores institucionais.
Serão emitidos 1 milhão de títulos com preço unitário de R$ 1 mil. Os papéis da primeira série têm vencimento em 1º de janeiro de 2011 e os da segunda vencem em 15 de agosto de 2013. De acordo com Lemos, o papel do BNDES "dá rentabilidade semelhante a dos títulos do Tesouro", mas não há uma concorrência entre os dois órgãos do governo. "O Tesouro não está com dificuldades para colocar papéis no presente momento", disse. Além da emissão de debêntures, o banco também busca ampliar outras fontes de recursos.
O diretor financeiro informou que na próxima segunda-feira o presidente da instituição, Luciano Coutinho, terá reunião com o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, nesse sentido para tentar dispor de mais recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) do que inicialmente programado. "Não vão faltar recursos para atender a demanda (pelos créditos do banco)", assegurou. Ele citou também que o BNDES tomou US$ 1 bilhão com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) este ano.