Desaceleração global impactará pouco o Brasil

Rio (AE) – O crescimento da economia global está se desacelerando, mas o impacto disso para a economia do Brasil deverá ser limitado, diz o relatório diário do banco de investimentos Merrill Lynch sobre mercados emergentes. ?Os economistas do Merrill Lynch vêem o crescimento global se moderando de 5,2% em 2006 para 4,4% em 2007. O principal fator para a moderação será uma desaceleração nos EUA, liderada pelo setor de consumo. Vemos o crescimento do PIB dos EUA caindo fortemente, de 3,4% para 1,9%. A economia mundial já não pode depender do consumidor norte-americano como comprador de último recurso, em nossa opinião?, diz o relatório.

O texto ressalva que ?a boa notícia é que há fontes fortes de crescimento fora dos EUA que ainda deverão mostrar-se resistentes a uma desaceleração cíclica nos EUA? e que, excluindo-se a economia norte-americana, o crescimento global deverá se reduzir de 5,7% em 2006 para 5,2% em 2007. Os fatores para isso, segundo o Merrill Lynch, incluem a formação de capital e os gastos dos consumidores no Japão, a demanda por parte dos consumidores chineses, o consumo e os investimentos das empresas na Índia, a demanda doméstica e os investimentos das empresas na Europa e a demanda doméstica nos países exportadores de commodities.

Brasil

Quanto ao Brasil, o relatório diz que ?apesar de ter experimentado um forte ?boom? de exportações nos últimos anos, o Brasil continua a ser uma economia relativamente fechada (por exemplo, a soma de exportações e importações está abaixo de 25% do PIB). Além disso, em contraste com a maioria dos países latino-americanos, as exportações brasileiras são bastante diversificadas entre vários mercados, com as exportações para os EUA respondendo por apenas 18% do total.

Os efeitos indiretos de uma desaceleração na demanda nos EUA, porém, poderão ter impacto no Brasil, especialmente pelo canal das commodities (exceto petróleo). Contudo, isso deve ser mitigado pelo fato de o Brasil ter um grande superávit no momento (maior do que 5% do PIB). Por causa disso, e também devido à grande desalavancagem e acumulação de reservas verificada nos últimos anos, nós não esperamos ver um estresse financeiro tendo impacto no Brasil em meio a uma eventual aversão maior ao risco, à medida que os EUA se desacelerem. Portanto, o câmbio flutuante deverá ser capaz de acomodar um cenário externo mais adverso?.

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