CUT pede ao governo salário mínimo de R$ 320

Brasília (AE) – A Central Única dos Trabalhadores (CUT) anunciou ontem que reivindica a definição de um salário mínimo de R$ 320 para 2005. A entidade informou que vai solicitar uma audiência com os presidentes do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha (PT-SP) para que os poderes Executivo e Legislativo reservem recursos suficientes para a elevação do mínimo.

"É inadmissível que o governo Lula não dê a atenção que o salário mínimo merece", protestou o presidente da CUT, Luiz Marinho, em nota oficial divulgada ontem à tarde. Ele argumentou que o mínimo é o principal indicador de distribuição de renda do País. "A elevação do salário mínimo tem contribuição decisiva para o fortalecimento do mercado interno", sustentou. "Da mesma forma, a correção da tabela do IR (imposto de renda) também contribui para a elevação da renda", acrescentou.

Segundo o comunicado da entidade, Marinho quer que as audiências com Sarney e Cunha ocorram no dia 15, quando chegará a Brasília a Marcha em Defesa do Salário Mínimo, que reunirá cerca de duas mil pessoas. A marcha, que terá a participação de trabalhadores, será iniciada no dia 13, em Luiziânia, Goiás, e rumará para o Distrito Federal.

De acordo com a entidade, Marinho já tem audiências agendadas com os ministros da Fazenda, Antônio Palocci (dia 8) e do Trabalho, Ricardo Berzoini (dia 9) para tratar do aumento do mínimo e da correção da tabela do IR.

Na nota da CUT, a entidade reconhece a evolução da economia promovida pelo presidente Lula, pois lembrou que ele "assumiu um País à beira do abismo, com o dólar a R$ 3,80, risco Brasil em 2.000 pontos, desemprego batendo recordes seguidos". O comunicado ressalta que, para este ano, há bons números, como crescimento do Produto Interno Bruto de 4,8%, criação de 1,8 milhão de empregos formais e recorde de exportações."

Para a CUT, este crescimento está sujeito a intempéries internacionais", acrescenta a nota para criticar em seguida a condução da economia pelo governo. "Esta vulnerabilidade se reforça com a continuidade da política monetária, dos juros elevados, da queda de renda dos trabalhadores e da ausência de um projeto de desenvolvimento sustentável."

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