Custos pressionam construção

Impulsionados pela alta nos preços dos materiais e reajustes da mão-de-obra, os custos do setor da construção têm aumentado fortemente nos últimos meses. Com a variação de 0,35% registrada em outubro, o Custo Unitário Básico (CUB) da construção civil calculado pelo Sinduscon-PR já acumula aumento de 6,50% no segundo semestre de 2002. Em doze meses, a evolução do índice do CUB-PR atinge 8,83%. De janeiro a outubro o índice já soma 8,07%.

Junto com a alta do dólar, subiram os preços dos produtos que são fabricados com insumos importados como o vidro, o fio de cobre, PVC, alumínio e tintas. “Entretanto, o movimento de reajuste de preços está se ampliando por toda cadeia fornecedora do setor”, observa o diretor do Sinduscon-PR, Erlon Rotta Ribeiro.

O preço do vidro 4mm subiu 5,03% em outubro e acumula reajuste de 35,20% neste ano, contra uma inflação do IGP-M de 14,82%. O aço majorou seu preço em 3,45% em outubro, atingindo 11,11% no ano. E o cimento portland acumula variação no ano de 14,16%. “Os construtores ficam sem saída, já que esses materiais não podem ser substituídos por outros e são essenciais para as obras”, diz o empresário.

Ele atenta, ainda, para o fato de que a produção de insumos estratégicos para o setor está concentrada em alguns grupos fabricantes no país. “O construtor não tem como negociar preços, já que não há competição entre a indústria fornecedora”, reclama Erlon Ribeiro.

Com essa pressão nos custos de produção, as empresas do mercado imobiliário já estão fazendo reajustes nos preços de venda dos imóveis. “O setor está trabalhando com margens de lucro muito estreitas, por isso as construtoras não têm mais como absorver esses custos”, diz Erlon Ribeiro. De acordo com ele, empresas que têm tradição de bons produtos encontram mais facilidade para fazer a adequação nos preços. “Houve uma redução substancial de bons produtos no mercado de Curitiba. No momento, há pouca oferta de imóveis bem localizados e com qualidade.”

O custo médio representativo da construção habitacional (padrão H8 2N, para imóveis em prédio de oito pavimentos, dois quartos e padrão normal de acabamento), computando apenas material e mão-de-obra, ficou em R$ 609,93 o metro quadrado no mês de outubro.

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