Curitiba teve inflação zero em fevereiro

A Grande Curitiba registrou inflação zero em fevereiro, depois da alta de 0,43% verificada em janeiro. Em nível nacional, a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) foi de 0,44%, índice igual ao de janeiro. Com este resultado, o IPCA acumula no ano alta de 0,43% em Curitiba – a segunda menor do País, atrás apenas de Porto Alegre, onde há deflação de 0,07% – e de 0,88% no País. No ano passado, no mesmo período, a inflação brasileira era de 1%. Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA Brasil avançou 3,02%. Neste ano a meta é de 4,5% com margem de erro de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.

A inflação zero em Curitiba é decorrente da menor pressão do grupo alimentos e bebidas – que subiu 0,78% na média nacional, contra 0,16% na capital paranaense – e do grupo transportes, que registrou queda de 1,25%, contra alta de 0,07% na média do País. Enquanto o transporte público subiu 1% entre as 11 regiões pesquisadas, na Grande Curitiba praticamente não houve aumento (0,04%). Além disso, a queda dos preços dos combustíveis contribuiu para o resultado. O preço da gasolina, segundo o IBGE, ficou 3,19% menor em fevereiro na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), enquanto o álcool ficou 2,07% mais barato. Já em nível nacional a queda foi menos expressiva: de 0,86% para a gasolina e 0,81% para o álcool.

Tais reduções amenizaram a elevação do grupo educação. As mensalidades escolares dos cursos formais (ensino fundamental, médio, graduação) ficaram 5,39% mais caras na RMC – acima da média do País, que foi de 4,26%.

?Concentrada e pontual?

A inflação de 0,44% apurada no IPCA de fevereiro foi ?altamente concentrada e pontual?, o que é um bom indício às perspectivas para o índice oficial de inflação esperado para março. A avaliação é da coordenadora de índices de preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos. Ela justificou que mais da metade da inflação do mês, ou 55%, foi verificada nos itens do grupo educação, com reajuste de 3,48%. A pressão é sazonal, já que as mensalidades costumam ser reajustadas no começo de cada ano.

Os preços do grupo educação têm evoluído acima da inflação. Eles apresentaram expansão de 250,22% entre 1994 e fevereiro de 2007, enquanto o IPCA cresceu 207,72%. As escolas decidem qual índice de preços acompanhar.

Segundo Eulina, ?não há qualquer sobressalto ou surpresa?. Ela sublinhou que, apesar de a inflação de janeiro ter apresentado o mesmo resultado apurado em fevereiro, no primeiro mês do ano a aceleração de preços atingiu mais produtos e serviços.

Em fevereiro, o grupo alimentos e bebidas registrou reajuste maior no primeiro bimestre de 2007 (1,63%) do que em todo o ano de 2006 (aumento acumulado de 1,22%). Os reajustes apurados em janeiro (0,84%) e fevereiro (0,78%) foram resultado do clima e da alta do milho no mercado internacional.

Segundo Eulina, os problemas climáticos justificaram os aumentos em fevereiro em produtos como cenoura (28,49%), tomate (26,79%), cebola (12,52%) e hortaliças (9,42%), enquanto a alta no milho pressionou o frango (3,09%) e o ovo de galinha (2,82%). Os alimentos respondem por 20% de toda a despesa dos consumidores e por esse motivo têm maior peso no cálculo do IPCA.

A maior alta da inflação foi observada em Salvador (1,18%). Já a menor pressão aconteceu em Porto Alegre (-0,04%). São Paulo, que tem o maior peso na composição do índice, registrou inflação de 0,50%.

Expectativa

O IBGE desconhece qualquer pressão de alta para a inflação em março, mas apenas resíduos de aumentos ou quedas de preços ocorridos em fevereiro, de acordo com a coordenadora. Exemplos são o reajuste da passagem de ônibus em Porto Alegre e a queda da tarifa de telefone fixo na capital gaúcha.  

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