Crise política e cenário externo derrubam Bolsa

O índice da Bolsa de Valores de São Paulo fechou em queda ontem pelo terceiro dia seguido. O Ibovespa caiu 2,11% e terminou o pregão com 21.204 pontos, refletindo o temor de novos ataques terroristas e a crise política interna. O giro financeiro somou R$ 959,5 milhões, abaixo da média diária do mês de aproximadamente R$ 1,1 bilhão, o que mostra a cautela dos investidores.

O analista de investimentos da corretora Souza Barros, Angelo Larozi, avalia que as divergências expostas publicamente por integrantes do governo comprometem a credibilidade da gestão Lula.

Além disso, o relatório elaborado pela comissão de sindicância interna do Palácio do Planalto que investigou de 19 de fevereiro a 22 de março a atuação do ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil, Waldomiro Diniz, concluiu que foram cometidas diversas irregularidades por Waldomiro no cargo, entre elas, crime de improbidade administrativa.

O diretor da corretora Planner, Luiz Antônio Vaz das Neves, considera, porém, que o caso Waldomiro já está praticamente absorvido pelo mercado.

“O que preocupa mais agora a questão externa, que não temos como administrar”, afirmou ele.

O medo de novos ataques voltou a tomar conta hoje do cenário internacional, um dia após o assassinato do fundador do grupo extremista palestino Hamas pelo Exército de Israel.

A instabilidade marcou os negócios nas Bolsas dos Estados Unidos ontem. O índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, fechou estável, enquanto a Bolsa eletrônica Nasdaq caiu 0,42%. O risco Brasil registrava, no horário de fechamento da Bovespa, alta de 0,18%, para 555 pontos.

Destaques na Bovespa

Apesar da queda no índice superior a 2%, a ação preferencial da Embraer subiu 2,4%, maior alta entre os papéis que compõem o Ibovespa. Os negócios com a ação, que encerrou o dia cotada a R$ 21, foram impulsionados pela notícia de que a empresa recebeu uma encomenda de 50 unidades do Embraer 170 da Republic Airways Holdings, controladora da americana Chautauqua Airlines.

Segundo a Embraer, o acordo prevê a oferta firme para a entrega de 13 aviões a partir do terceiro trimestre deste ano. As outras 37 unidades são opções de compra das quais 12 devem ser confirmadas como oferta firme até julho deste ano.

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