Crise esvazia feira do setor agrícola

A expectativa da organização da 16ª Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação (Agrishow), que terminou no último sábado (dia 2) em Ribeirão Preto (SP), era superar os negócios de 2008, que chegaram a R$ 800 milhões. A meta era atingir R$ 870 milhões. Mas a crise financeira e o boicote de cinco dos principais fabricantes de tratores e implementos, fez com que a feira terminasse com estimativas de vendas de R$ 680 milhões – 17,6% a menos que em 2008 e 28% abaixo da expectativa inicial. A queda de público também ocorreu: 120 mil, ante 134 mil do ano passado.

“É absolutamente normal e isso pode mudar no pós-evento, mas a feira cumpriu seu papel”, disse o presidente da feira, Cesário Ramalho. “O Brasil vive a crise e uma crise no setor rural que começou antes da internacional.” Segundo Ramalho, o setor merece mais atenção e o governo federal precisa ser ágil para atendê-lo. “Precisamos urgentemente de uma política agrícola em nível de custos”, alertou Ramalho, citando que a burocracia do sistema financeiro continua a mesma e que as renegociações das dívidas impedem novas compras do produtor para a próxima safra. Ramalho lamentou a ausência dos grandes fabricantes de tratores e implementos (Agco, Valtra, John Deere, New Holland e Case IH), mas afirmou que as três menores que ampliaram seus espaços (Tramontini, Landini/Montana e Green Horse) ficaram satisfeitas com as vendas.

O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, visitou a Agrishow no último dia e lamentou a ausência das grandes montadoras. “O momento é diferente das outras vezes para essas empresas, que deviam ter mantido suas posições como em outras feiras, que tiveram resultados iguais”, disse Stephanes. O ministro contrariou Ramalho: “Não se pode medir a agricultura brasileira pela Agrishow.”

Voltar ao topo