Criadores de gado holandês pedem atenção

A estiagem que afeta o Paraná já causou diminuição de cerca de 15% na produção de leite entre os criadores paranaenses. O setor reclama também que não recebe atenção do governo como a pecuária de corte, apesar de representar a quarta maior fatia do agronegócio brasileiro em geração de divisas e empregar como nenhum outro ramo da economia. Os produtores afirmam ainda que o preço do produto no mercado anda defasado e que as exportações andam desfavorecidas em decorrência do câmbio, mas, mesmo assim, não perdem o otimismo no que se refere a investimento e produtividade. O Paraná, de acordo com a Associação Paranaense de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa (APCBRH), ocupa lugar privilegiado na produção leiteira brasileira, em termos de quantidade e qualidade, e tem um rebanho que se assemelha aos famosos holandeses e canadenses no que se refere à genética.

Foi sob este cenário que a APCBRH inaugurou ontem sua nova sede em Curitiba. A partir de agora, ficam concentrados em um só local os setores administrativos e de pesquisa da entidade. Ali, os produtores se reunirão periodicamente para deliberar sobre produção e serão avaliadas cerca de trinta mil amostras de leite por mês, fornecendo um panorama completo do rebanho e qualidade do produto a cada criador. ?A sede abrigará também o setor de melhoramento genético, preservando a qualidade do rebanho e, consequentemente, da produção?, afirma o presidente da entidade, Nélio Ribas Centa.

A genética, aliás, é destaque da pecuária leiteira paranaense. Segundo Centa, a tecnologia desenvolvida aqui atende ao mercado local e é também exportada. Graças a ela, as vacas paranaenses têm se assemelhado em termos de produção às canadenses, americanas e holandesas. ?Hoje, não devemos nada a esses países. Temos ainda a vantagem do clima e da terra, além do tamanho das propriedades. A produção de leite de alguns criadores tem atingido uma média de até 35 litros por dia de cada vaca. É número bastante expressivo e equivalente ao que se produz nos Estados Unidos e Canadá, por exemplo?, atesta.

A ordenha paranaense também é colocada como uma das mais avançadas do País, totalmente informatizada. E os cerca de 45 mil produtores do Estado, em média 75% deles considerados pequenos (com produção inferior a 100 litros/dia), têm lutado para manter a posição do Estado como 4.º maior produtor de leite no Brasil, apesar das armadilhas do mercado. Para o presidente da Editora O Estado do Paraná, empresário Paulo Pimentel, que esteve na inauguração da nova sede da APCBRH, agregar a assistência aos criadores proporcionará melhoria significativa ao setor. ?Ao buscar modernidade e avanço tecnológico, eles terão aqui base para aumentar sua produtividade?, antecipa.

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