CPI cai 0,1% em agosto ante julho nos EUA, a primeira queda desde janeiro

O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos recuou 0,1% em agosto na comparação com julho, a primeira queda do indicador desde janeiro, causada em grande medida devido aos preços fracos do petróleo, ante previsão dos economistas ouvidos pelo Wall Street Journal de estabilidade. O dado complica o debate do Federal Reserve, o banco central norte-americano, sobre o momento ideal para uma alta na taxa de juros.

O núcleo do índice, que exclui alimentos e energia, mostrou avanço de 0,1% no mês em agosto. O resultado, nesse caso, veio em linha com a expectativa dos analistas.

O índice cheio do CPI vinha subindo na comparação mensal nos últimos seis meses. Na comparação anual, o CPI subiu apenas 0,2% em agosto, enquanto o núcleo do índice avançou 1,8%.

Os preços fracos do petróleo, diante do cenário de excesso de oferta e demanda fraca, pesaram sobre a inflação nos EUA ao longo do último ano. Além disso, a desaceleração econômica na Ásia e a fraqueza na Europa pressionam os preços para outros produtos.

O relatório de hoje mostra que os preços de energia recuaram 2% no mês passado, diante de uma baixa de 4,1% nos custos com gasolina. Ao longo do último ano, os preços com energia recuaram 15%, enquanto a gasolina registra baixa de mais de 23%.

Os preços para a maioria dos itens subiram. Os custos com moradia, que refletem aluguéis e financiamentos imobiliários, subiram 0,2% ante julho e 3,1% na comparação anual. Os preços dos alimentos avançaram 0,2% no mês e 1,6% no ano.

A inflação fraca representa uma incógnita para os dirigentes do Fed, no dia em que eles iniciam uma reunião cercada de expectativa. Os dirigentes podem anunciar amanhã uma alta nos juros, diante do crescimento robusto no emprego, que levou a taxa de desemprego a 5,1%, e a outros sinais positivos da economia. Alguns dos dirigentes já indicaram que o Fed pode elevar os juros nesta semana, para reduzir o risco de excessivo aquecimento da economia e da formação de bolhas de ativos.

Mas os dirigentes também já disseram que é preciso primeiro estar confiante de que a inflação está caminhando para sua meta de 2%. A baixa inflação é um sinal da persistente fraqueza nos EUA e no exterior, com isso elevar os juros muito cedo pode ameaçar a expansão econômica.

O Fed prefere observar outra medida de inflação, o índice de gastos com consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês), para determinar se os preços estão avançando para sua meta. O PCE avançou apenas 0,3% no ano até julho, enquanto o núcleo dele subiu 1,2% no ano.

Também nesta quarta-feira, um relatório separado do Departamento do Trabalho mostrou que os ganhos dos norte-americanos ajustados para a inflação avançaram 0,7% em agosto, com uma alta tanto no pagamento por hora e no número de horas trabalhadas. Os ganhos médios por hora, ajustados para a inflação, avançaram 0,5%, no patamar mais forte desde janeiro, enquanto o ganho semanal médio subiu 0,3%. Na comparação anual, o ganho médio real na semana subiu 2,3% e os ganhos por hora tiveram alta de 2%. Fonte: Dow Jones Newswires.

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