As grandes instituições financeiras vão cobrar tarifa para abertrua das contas investimento, que entram em operação no dia 1.º de agosto. A informação é do presidente da Associação Brasileira de Bancos Comerciais (ABBC), André Jafferian Neto. Segundo ele, os bancos médios poderão deixar de cobrar a tarifa para aumentar suas carteiras de investimento.
Com a conta investimento, o aplicador poderá trocar de aplicação financeira a cada 30 dias sem pagar a alíquota da CPMF, de 0,38%. Com isso, ele ficará mais à vontade, por exemplo, para trocar de fundos de investimentos. Atualmente ele perde dinheiro se fizer a troca com freqüência, pois tem de pagar o imposto.
O diretor de Política Monetária do Banco Central, Luiz Candiota, disse que a proposta que está no Congresso Nacional prevê que as tarifas a serem cobradas de contas investimentos não podem ser maiores do que taxas já cobradas atualmente. Candiota afirmou, por exemplo, que a conta investimento não deverá ter uma tarifa mais cara do que a da conta corrente.
“O objetivo do governo é induzir a competitividade no sistema financeiro, que hoje tem a limitação da cobrança da CPMF. A intenção é beneficiar o aplicador, reduzindo custo. A CPMF impede a mobilidade dos fundos de investimento”, disse Candiota.
O diretor do BC afirmou, no entanto, que a autoridade monetária não controla as tarifas bancárias. Ou seja, os bancos vão poder cobrar pela conta investimento o valor que quiserem.
“A nova conta dá ao investidor comum o mesmo benefício que tem hoje o grande investidor, que faz a escolha do seu próprio portfólio”, disse. Para Candiota, não haverá risco migratório relevante entre os fundos.
Sérgio Darcy, diretor de Normas e Organização do Banco Central, afirmou que, apesar dos esforços de setores do Congresso para adiar mais uma vez a entrada em vigor da conta investimento, o governo deverá manter a data de 1.º de agosto.
Os representantes do BC e dos bancos se reuniram ontem em São Paulo para discutir e tirar dúvidas sobre a implementação da conta investimento.