Copom preocupado com alta do petróleo

Foto: Agência Brasil

Henrique Meirelles, presidente do BC: deterioração significativa.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central atribui ?baixa probabilidade a um cenário de deterioração significativa nos mercados financeiros internacionais? que viesse a comprometer as condições de financiamento do País, mas externa preocupação quanto aos preços do petróleo, que estão em ?patamares elevados e excessivamente voláteis?. A advertência consta da ata da reunião que o Copom realizou na semana passada, e que foi divulgada ontem pelo BC.  

O documento acrescenta que a evolução dos preços do petróleo ?reforça temores? de que eles se sustentem altos por mais tempo, o que reduz as chances de um retrocesso significativo das cotações. Razão porque o cenário de preços domésticos inalterados para a gasolina em 2006 ?vem se tornando progressivamente menos plausível?.

Além do aumento dos riscos que levem a possível aumento dos preços dos combustíveis, o colegiado diz que, independente do que ocorra com os custos da gasolina, ?deve-se reconhecer que a elevação dos preços internacionais do petróleo se transmite de qualquer forma à economia doméstica?; tanto nas cadeias produtivas, como a de petroquímicos, quanto na expectativa de inflação dos agentes econômicos.

De modo geral, porém, o colegiado comemora a perspectiva crescente de que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficará abaixo do centro da meta de 4,50% neste ano e no próximo. Todos os indicadores de inflação apontam nesse sentido, e em um nível bem abaixo da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

O único cenário de inflação em linha com a trajetória de metas é o que se refere a preços administrados por contrato ou monitorados (combustíveis, energia elétrica, telefonia, saúde, educação, transporte urbano e outros). Os preços desses serviços, que correspondem a um terço em média do IPCA, terão reajustes acumulados de 4,4% neste ano, ante projeção anterior de 4,6% do Copom.

Numa avaliação prospectiva das tendências de inflação dos preços administrados, a ata do Copom reafirma reajuste zero para a gasolina, mas já admite aumento de 0% para 0,1% no preço do gás de cozinha; o reajuste projetado para eletricidade no ano caiu de 3,7% para 2,7%; e a previsão anterior, de correção de 2,6% para telefonia fixa, baixou para -0,9%. Este item teve correção negativa no início do mês, porque o reajuste anual era atrelado ao Índice Geral de Preços (IGP) que está menor que o IPCA.

A nota distoante na ata do Copom é quanto à projeção de 6,2% de inflação para os preços administrados em 2007. Bem acima de todas as previsões dos preços livres. Muitos contratos de serviços continuam indexados ao IGP que, ao contrário do ano passado, quando caiu, este ano está se sustentando em um patamar mais valorizado.

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