Controle de dívidas evita inadimplência

Rio (AG) – Quando o aperto financeiro chega ao ponto de obrigar o trabalhador ou profissional liberal a deixar de pagar contas – esse palavrão chamado inadimplência – é porque o orçamento pessoal fugiu do controle. Para conseguir escapar do endividamento crescente e da pecha de caloteiro, o primeiro passo, segundo consultores financeiros, é fazer contas: listar tudo o que a família tem de receita (o que ganha) e tudo o que gasta.

O endividamento (fora gasto com moradia, seja aluguel ou prestação da casa própria) deve ser de, no máximo, 30% da receita, segundo Nelson Campos, diretor da consultoria CredShop. Se os gastos com prestações e juros estiverem acima disso, é hora de economia de guerra: corte radical de despesas, começando pelos chamados supérfluos (luxos), e combate à dívida. Nesse ponto, os especialistas são unânimes: é preciso avaliar o custo do endividamento – quanto se paga de juros, um dinheiro literalmente jogado fora – e trocar essa dívida por outra mais barata.

Uma dívida é mais barata quando seus juros são menores. Com esse critério, o primeiro passo é fugir do cheque especial e do crédito rotativo do cartão (aquele da parcela que se deixa de pagar numa fatura e não o crédito acertado diretamente com uma loja, em geral com juros menores). São os juros mais altos do mercado. Uma boa opção pode ser tomar um empréstimo pessoal, que tem juros médios de 3,76% ao mês nos bancos, para quitar a dívida do cartão de crédito, cujas taxas, na média, são de 10,47% mensais.

– É preciso organizar o orçamento. Muita gente que perde o emprego, por exemplo, só consegue novo posto de trabalho por um salário menor – diz Nelson Campos.

O consultor lembra que, apesar de as empresas e bancos estarem mais abertos à renegociação, o melhor é não deixar a dívida acumular. Com o atual patamar de juros da economia brasileira, o problema pode virar uma bola de neve. Para se ter uma idéia, os juros médios de 6,62% ao mês dos financiamentos no comércio se transformam numa taxa de 115,81% ao ano. Em 12 meses, uma prestação atrasada pode mais do que dobrar de valor.

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