Contrato entre Suez e Petrobras não garante fornecimento de gás natural

O contrato assinado entre o grupo franco-belga Suez e a Petrobras para o fornecimento de gás natural liquefeito (GNL) não garante o fornecimento firme do combustível, esclareceu o presidente do grupo Suez no Brasil, Maurício Bahr, em entrevista à Agência Estado. Conforme explicou, o fornecimento efetivo vai depender de negociações adicionais envolvendo o volume, o preço e o prazo de entrega. "É um acordo inicial, que vai acelerar o fechamento de um negócio efetivo, quando houver o interesse da Petrobras", complementou.

De qualquer forma, o executivo prevê que o segmento de GNL tende a crescer bastante nos próximos anos no Brasil. Ele lembrou que a Petrobras está construindo duas bases de regaseificação (uma no Rio e outra no Ceará), no total de 20 milhões de metros cúbicos diários. "Já é um começo. A estrutura tem de ser montada e o mercado é promissor", acrescentou. Na América do Sul, o grupo está implantando uma planta de regaseificação no Chile, com capacidade de processar 5 a 6 milhões de metros cúbicos diários, o que é suficiente para gerar até 2.400 MW médios numa usina térmica.

A Suez atua no mercado internacional de GNL e tem participação numa planta de liquefação em Trinidad & Tobago, na América Central. A planta tem capacidade de liquefazer o equivalente a 36 milhões de metros cúbicos diários, o que é mais do que o contrato assinado entre o Brasil e a Bolívia, que prevê volume de 30 milhões de metros cúbicos. Bahr ressalva, porém, que a demanda por GNL está crescendo muito no mercado internacional. "Há mais plantas de regaseificação sendo construídas no mundo do que as plantas de liquefação. A demanda está muito forte e há um desequilíbrio no mercado", observou.

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