Contas públicas têm 2.º melhor resultado da história

Brasília (AG) – O Brasil registrou em julho superávit em transações correntes de US$ 1,814 bilhão, mais que o dobro do resultado positivo de US$ 740 milhões em julho de 2003. Dados divulgados ontem pelo Banco Central mostraram que o superávit em conta corrente acumulado nos 12 meses encerrados em julho subiu para 1,69% do Produto Interno Bruto (PIB), contra 1,50% até junho.

Os investimentos estrangeiros diretos líquidos no País subiram para US$ 1,6 bilhão em julho, contra US$ 1,247 bilhão em igual período do ano passado. É o melhor resultado desde novembro do ano passado, quando os investimentos somaram US$ 1,954 bilhão.

O Balanço de Pagamentos do país apresentou resultado positivo de US$ 162 milhões em julho. As transações correntes registraram o superávit de US$ 1,814 bilhão por causa, sobretudo, do saldo comercial positivo de US$ 3,481 bilhões. A conta de capital e financeira, porém, ficou negativa em US$ 1,472 bilhão, mesmo com o ingresso líquido de US$ 1,6 bilhão de investimentos diretos. A conta de erros e omissões foi negativa em US$ 1,80 bilhão.

No acumulado dos sete primeiros meses do ano, o Balanço de Pagamentos aponta superávit de US$ 1,508 bilhão. O total decorre do superávit acumulado de US$ 6,229 bilhões nas contas correntes e do saldo negativo de US$ 3,230 bilhões na conta de capital e financeira. Os erros e omissões ficaram negativos em US$ 1,491 bilhão. O resultado positivo do balanço ampara-se no saldo comercial de US$ 18,530 bilhões entre janeiro e julho deste ano.

O Balanço de Pagamentos contabiliza a conta de transações correntes (balança comercial, conta de serviços e transferências) e a conta de capital e financeira. Esta última contabiliza também as transferências de patrimônio, além de empréstimos e financiamentos de todas as modalidades, desembolsos de curto, médio e longo prazos e amortizações. Além disso, são descontados erros e omissões do balanço.

Dívida externa recuou 2,9%

O Banco Central informou que o valor estimado da dívida externa total do País atingiu US$ 207,241 bilhões em maio, uma queda de 2,9% (US$ 6,2 bilhões) sobre a posição apurada em março deste ano, que foi de US$ 213,463 bilhões. Outra boa notícia é que a dívida de médio e longo prazos atingiu US$ 186,427 bilhões, com recuo de cerca de US$ 7 bilhões sobre a posição apurada em março, de US$ 193,3 bilhões. Já a dívida de curto prazo apresentou ligeira alta, indo para US$ 20,814 bilhões, contra US$ 20,163 bilhões na posição anterior.

De acordo com o BC, a redução de US$ 6,2 bilhões na dívida total ocorreu por conta de pagamentos da dívida de médio e longo prazos, como amortizações de bradies no valor de US$ 930 milhões, bem como a liquidação do Global-04 (US$ 3 bilhões) e de Notes (US$ 1,6 bilhão). O BC cita como fator de influência ingressos de US$ 1,5 bilhão. Além disso, a valorização do dólar frente as principais moedas que compõem a dívida externa brasileira contribuiu para a redução do saldo da dívida em US$ 1,2 bilhão.

Na dívida externa global, o BC exclui os empréstimos intercompanhias, os quais atingiram US$ 20,028 bilhões em maio. Somando esse passivo à dívida total, os compromissos externos atingem um total de US$ 227,270 bilhões. Esse valor também é inferior ao contabilizado em março, que ficou em US$ 233,629 bilhões.

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