Consumidor paranaense coloca a vida em dia

A taxa de inadimplência do consumidor de Curitiba, região metropolitana e litoral paranaense registrou nova baixa em março em relação ao mês anterior. Segundo informações da Associação Comercial do Paraná (ACP), a inadimplência atingiu 0,08% do saldo líquido entre registros novos e cancelados no Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) em comparação ao número de consultas realizadas em dezembro de 2005. A taxa é ainda menor que a registrado em fevereiro, que foi de 0,14%. Assim, a inadimplência líquida anualizada, correspondente ao período entre abril de 2005 e março de 2006, tornou-se a menor de toda a série histórica da ACP desde 1995: 0,03%.

O SCPC, por sua vez, registrou aumento de 16,19% no volume de consultas em relação ao mês anterior. Foram 421.857 em março de 2006 ante 363.088 em fevereiro. O saldo de exclusões no mês foi de 425 (34.556 inclusões ante 34.981 exclusões), abaixo das 629 exclusões registradas em fevereiro. O VídeoCheque foi consultado pelos associados da ACP 24,80% a mais em março do que em fevereiro (223.398 consultas em março ante 179 mil em fevereiro), o que representa um maior número de ocorrências ligadas a problemas na emissão de cheques no mês. Quanto às exclusões do cadastro do serviço, março registrou 4.321 exclusões – em fevereiro foram 5.062 baixas.

De acordo com o vice-presidente de serviços da ACP, Élcio Ribeiro, a taxa de inadimplência em março deve ser vista com reservas. ?Pela sua própria forma de cálculo, quando o número de consultas ao SCPC cresce, como tradicionalmente acontece nos momentos de crédito abundante, a inadimplência cai?, diz. ?O consumidor pode, simplesmente, estar convertendo uma dívida em outra. São sinais claros de que o bom andamento dos negócios no comércio pode ser dificultado em breve?, completa.

Das consultas ao SCPC, 11,61% apresentaram ?sinal vermelho? (restrições de crédito). Em relação ao VídeoCheque, 7,9% das consultas acusaram problemas no cadastro do consumidor.

Segundo Ribeiro, a expansão do crédito pessoal continua sendo o principal impulsionador das compras a prazo. Somente no primeiro bimestre de 2006, esta modalidade de crédito cresceu 43,01% em relação ao mesmo período do ano passado. Esta é a razão para as elevadas taxas de ?sinal vermelho? dos primeiros meses do ano. ?Isso demonstra que a renda futura continua sendo comprometida em nome do consumo no presente?, afirma.

Medidas governamentais como aumento do salário mínimo, expansão da renda dos consumidores pela correção monetária do imposto de renda, estímulos à atividade da construção civil, investimentos em infra-estrutura e expansão de gastos em programas sociais, tradicionalmente tomadas em anos eleitorais, injetarão na economia aproximadamente R$ 35 bilhões ao longo do ano, prevêem os economistas. ?Isso representará um reflexo evidente no comportamento da demanda e da oferta comercial, ao mesmo tempo que sobre os preços relativos?, comenta o vice-presidente da ACP.

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