Condomínios querem sindicato próprio

Síndicos de condomínios residenciais e mistos do Paraná se reuniram ontem, às 20 horas, no anfiteatro do Sesc da Esquina, em Curitiba, para discutir a criação de um sindicato próprio dos condomínios. A entidade deve passar a se chamar Sindicato dos Condomínios Residenciais, Não-Residenciais e Mistos do Estado do Paraná, recebendo a sigla Sinconpar.

Atualmente os condomínios são representados pelo Sindicato das Empresas de Compra e Venda, Locação e Administração de Imóveis e dos Edifícios em Condomínios Residenciais e Comerciais do Paraná (Secovi-PR). Porém, os síndicos questionam o fato de o Secovi, além de atender aos condomínios, representar também as empresas de compra e venda de imóveis. “Se houver um conflito entre um condomínio e uma empresa, de que lado o Secovi irá ficar?”, pergunta o advogado e presidente da comissão organizadora do novo sindicato, Arildo Nizer. “Precisamos de um órgão que represente exclusivamente os interesses dos condomínios.”

Arildo, assim como grande parte dos síndicos do Estado, questiona o direito de o Secovi cobrar dos condomínios taxas de contribuição sindical e confederativa. “Estas taxas devem ser pagas anualmente pelos condomínios. Questionamos a legitimidade do Secovi em cobrá-las”, afirma. Segundo Arildo, a criação de um sindicato próprio irá permitir que todas as atenções e planos de ações desenvolvidos estejam diretamente ligados aos interesses reais dos condomínios do Paraná. Depois que a carta sindical, que autorizará o funcionamento da nova entidade, for conseguida junto ao Ministério do Trabalho, a idéia é criar delegacias regionais para que o Sinconpar tenha força e representatividade em todo o Estado.

Na reunião de ontem, foi distribuída entre os participantes a minuta do estatuto que irá reger a entidade. Os síndicos poderão dar sugestões, além de criar emendas e supressões antes de o documento ser aprovado.

Secovi-PR

De acordo com o presidente do Secovi, Luiz Antônio Cossio, os condomínios são representados pela entidade há 19 anos. Ele não questiona a legalidade do novo sindicato, mas diz que os interesses dos condomínios sempre foram bem defendidos. “Não costuma haver conflitos de interesse entre os condomínios e as empresas de compra e venda de imóveis. São categorias que têm interesses comuns e cabe ao Secovi representá-las e defendê-las por igual”, esclarece. Quanto à cobrança de taxas. Luiz Antônio informa que ela é “totalmente legítima”.

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