Concorrência chinesa é momentânea

Brasília – O secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Armando Meziat, afirmou ontem que a concorrência dos produtos chineses com os brasileiros é uma preocupação ?momentânea?. Ele disse acreditar que, quando a China fizer as reformas econômicas previstas no protocolo de adesão à Organização Mundial do Comércio (OMC), perderá competitividade.

Segundo ele, os encargos trabalhistas na China resultantes da entrada na economia formal aumentarão, e o afastamento do Estado do comando das empresas causará uma redução dos subsídios que barateiam os produtos chineses. ?A tendência é que essa concorrência (chinesa) lá fora diminua e, por outro lado, aqui, as nossas empresas devem-se tornar mais competitivas por meio da inovação tecnológica e do aumento da produtividade?, explicou o secretário.

A fase de transição da entrada da China na OMC vai até 2013. Até lá, segundo Meziat, qualquer surto de importação de produtos chineses que cause danos à indústria brasileira será combatido por meio de salvaguardas. O secretário lembrou que já existem entre 12 e 14 processos de investigação contra produtos chineses.

Meziat explicou que as empresas brasileiras também já estão se adaptando à valorização do dólar. ?Eu acho que, olhando a economia brasileira, mesmo com este câmbio, certamente houve mudanças estruturais que nós ainda não fomos capazes de perceber?, afirmou Meziat.

Ele disse acreditar que as empresas brasileiras estão procurando melhorar sua competitividade investindo em inovação tecnológica para melhorar os seus produtos, aumentando a produtividade e aproveitando as importações para comprar insumos e matérias-primas. Segundo o secretário de Comércio Exterior, está havendo também uma recuperação no volume exportado. Enquanto no ano passado as vendas externas cresceram 12% em preço e 3,2% em quantidade, o aumento das exportações no primeiro quadrimestre deste ano em função do preço foi de 9,4%, e em função do volume, de 8,3%.

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