Complexo do Cortume Curitiba vai a leilão

No próximo dia 27 de março, às 15h, vai a leilão público o complexo industrial daquele que já foi o quinto maior curtume do mundo, primeiro da América Latina, o S.A. Cortume Curitiba. O complexo é composto por terreno de 242.000 m2 e edificações que totalizam mais de 28.000 m2 de área construída. Os três pavilhões principais chegam a ter 15 metros de pé-direito, 40 metros de largura e 185 metros de comprimento, em vão livre, cada um.

Também se encontram no terreno os antigos prédios da administração, vestiários, cozinha industrial, guaritas, casas da balança, caldeiras e bombas, além de um barracão em estrutura de concreto pré-moldado de 1.800 m2, antiga fábrica do cabedal.

A estrutura das construções tem aptidão para abrigar empresas de logística, condomínio industrial, armazéns gerais, porto seco, para o armazenamento de mercadorias diversas, contêineres e insumos a granel, dadas as dimensões e o grande volume cúbico disponível.

Em 2000, foi vendido, através de público leilão, todo o maquinário da indústria para diversas empresas do ramo de couro de todo o País, principalmente da região de Franca e do pólo calçadista do Rio Grande do Sul.

O Cortume Curitiba

Fundada em 1941 como uma empresa familiar de ?fundo de quintal?, o Cortume Curitiba alcançou faturamento anual de US$ 70 milhões e, no auge de suas atividades, empregou 1,3 mil trabalhadores.

O curtume acumulou dívidas nos anos 80s e início dos 90s e teve a autofalência confirmada em 1995. Segundo o advogado Brazilio Bacellar Neto, síndico da massa falida, a ?má administração, as dificuldades surgidas na vigência dos planos Collor e Real, com a sobrevalorização do câmbio que inviabilizou as exportações – 90% da produção era exportada e a insolvência do curtume?, são os principais causadores do processo de derrocada da empresa.

Além disso, a entrada de produtos russos e paquistaneses no mercado mundial foi definitiva para o fechamento da fábrica, que então perdeu clientes globais como Nike e Reebok, para os quais era a principal fornecedora de couro branco.

O passivo declarado à época da falência pelos controladores da indústria, a família catarinense Deboni, era de R$ 31 milhões. Se ocorrer a liquidez do patrimônio durante o leilão, o resultado obtido será destinado, primeiramente, ao pagamento dos débitos trabalhistas e, sobrando recursos, a bancos. Outros credores, como os detentores de hipotecas, dificilmente verão quitados seus créditos, pois a arrecadação do leilão deverá ser insuficiente para cobrir estes valores. Da mesma forma, débitos fiscais ficarão pendentes. ?Hoje o valor total do passivo é superior a R$ 42 milhões?, informa o síndico da massa falida.

O leilão judicial para a compra do imóvel da massa falida da Sociedade Anônima Cortume Curitiba será realizada na sala de audiências da 2.ª Vara da Fazenda Pública, Falências e Concordatas, localizada no 17.º andar do Foro Central de Curitiba, na Rua Mauá, n.º 920.

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