Comércio reduz ritmo de venda e emprego

O comércio do Paraná continua empregando e vendendo, mas num ritmo bem mais lento que o do ano passado. É o que mostra a pesquisa ?Indicadores Conjunturais do Comércio Paranaense?, elaborada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, regional Paraná (Dieese-PR), em conjunto com o Sindicato dos Empregados no Comércio de Curitiba e Região Metropolitana.

Conforme a pesquisa, o volume de vendas no comércio paranaense registrou no primeiro trimestre do ano crescimento de 3,04% na comparação com o mesmo período do ano passado – índice bem inferior ao registrado de janeiro a março de 2004 em relação ao ano anterior, quando a elevação foi de 10,98%. O resultado do Paraná ficou aquém, inclusive, da média nacional, cujo crescimento foi de 5,87% este ano.

Para o técnico economista do Dieese-PR, Cid Cordeiro, o principal fator que influenciou o baixo desempenho das vendas do comércio no Paraná foi a renda agrícola. ?A agricultura está afetando mais o comércio do que a indústria?, apontou Cordeiro. A desvalorização cambial e as cotações em baixa de alguns produtos agrícolas, além da quebra da safra por conta da estiagem, são apontados como os principais pontos que têm influenciado para baixo a renda agrícola. ?Outro fato importante é que o comércio teve crescimento alto em 2004. É evidente que 2005 não dará o salto de 2004?, explicou o economista.

No primeiro trimestre, o setor que apresentou o melhor desempenho no volume de vendas no Paraná foi o de Móveis e Eletrodomésticos, com crescimento de 17,37%, seguido por Hiper e Supermercados (1,19%). Em queda, ficaram os segmentos de Combustíveis e Lubrificantes (-2,09%) e Tecidos, Vestuário e Calçados (-2,05%). Para o presidente do Sindicato dos Comerciários, Ariosvaldo Rocha, o crescimento de vendas especialmente do setor Móveis e Eletrodomésticos se deve sobretudo ao aumento de crédito, com prazos maiores de pagamento. Modalidades de crédito mais barato, como o consignado em folha de pagamento e o crédito para aposentados, também têm contribuído para o aumento de vendas. ?As lojas passaram a utilizar um novo instrumento para amenizar os juros do Banco Central: o aumento do prazo?, afirmou Cid Cordeiro.

Para o segundo trimestre, as expectativas do comércio são otimistas. ?No próximo trimestre (abril a junho), esperamos aumentar as vendas?, afirmou Ariosvaldo Rocha. Segundo ele, o aumento do salário mínimo, o Dia das Mães e o reajuste salarial dos trabalhadores devem contribuir para o cenário positivo.

Emprego

O nível de emprego no comércio paranaense registrou no primeiro trimestre crescimento de 1,12%, representando a geração de 4.576 vagas – desse total, quase 73% (3.327 vagas) foi no interior do Estado. Apesar da elevação, o número de empregos criados no comércio no primeiro trimestre registrou queda de 40% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram criadas 7.655 vagas. Em nível nacional, também houve redução do número de empregos, mas em patamar bem menor – passou de 35.425 de janeiro a março de 2004 para 33.795 em 2005, o que representou queda de 4,60%.

No Paraná, o número estimado de trabalhadores com carteira assinada no comércio é de 413.115, o que representa 7,62% do contingente total do comércio em nível Brasil (5.421.541).

Entre os setores que mais empregaram no primeiro trimestre, destaque para o comércio varejista não realizado em lojas especializadas (crescimento de 127,49%), comércio atacadista de produtos agropecuários in natura (8,03%) e intermediários do comércio (representantes comerciais), com elevação de 5,15%.

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