Combate à aftosa tem que melhorar

Foto: Agência Brasil

Reinhold Stephanes.

Brasília – O novo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, disse ontem que o programa de controle e combate à febre aftosa precisa ser reestruturado e melhorado e que essa será uma de suas prioridades. Segundo ministro, técnicos do ministério estão preparando um estudo para dimensionar o tamanho do problema, para adequar o orçamento existente às necessidades. ?Entre 60 e 90 dias teremos esse levantamento pronto?, disse o ministro.

 Na avaliação de Stephanes, a defesa agropecuária é um ponto sensível e merece toda a atenção possível. No caso dos trabalhos na região de fronteira com o Paraguai e Bolívia, o ministro ressaltou que está sendo analisada a proposta de criação de uma área de segurança nos países vizinhos e o uso das forças armadas não está descartado. ?Tudo o que for necessário será feito em relação à febre aftosa?, disse o ministro.

Usando um tom conciliador, Stephanes disse que, como ministro, ele precisará ter a capacidade de administrar possíveis problemas de interesses conflitantes que possam existir entre os ministérios do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Agrário. ?Temos que integrar e harmonizar as situações, mas às vezes o Meio Ambiente radicaliza suas posições?, disse o ministro.

Stephanes prometeu ontem a 11 secretários e representantes estaduais de Agricultura, em reunião em Brasília, empenho na liberação de recursos federais para a vigilância sanitária na fronteira do Brasil com o Paraguai, Argentina e Bolívia.

Transgênicos

No que diz respeito aos transgênicos, o ministro disse que é preciso executar a política de governo e trabalhar dentro da lei de biossegurança existente, esquivando-se da pergunta sobre sua relação com o governador do Paraná, Roberto Requião. Ele ressaltou que existem sérios problemas dentro da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), mas que o ministro precisa procurar estar sempre ao lado do produtor.

A proposta de criação do PAC Agrícola passou pelas mãos do ministro e já está sendo analisada pelos órgãos competentes. Segundo o ministro, muitas das propostas de investimento em infra-estrutura do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), apresentado pelo presidente Lula, já incluem o agronegócio como um dos principais beneficiários. ?Algumas propostas apresentadas pelo ex-ministro Roberto Rodrigues, juntamente com um grupo de empresas, passaram por mim e foram encaminhadas para serem estudadas?, disse.

Paraná quer vacinar 100% do rebanho

O secretário estadual da Agricultura, Valter Bianchini, na condição de presidente do Conselho Estadual de Sanidade Agropecuária (Conesa), participou na segunda-feira (2), da 23.ª reunião ordinária da entidade, que discutiu, entre outros assuntos, a primeira etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa, que acontece de 1.º a 20 de maio. Representantes das 36 entidades públicas e privadas que formam o conselho assumiram o compromisso de dar todo o apoio necessário para que a campanha atinja a meta de 100% de vacinação do rebanho paranaense.

?Precisamos recuperar junto à Organização Internacional de Saúde Animal a condição de área livre de febre aftosa com vacinação, e para que isso aconteça o quanto antes, temos que fazer um mutirão, um trabalho sério para recuperar a nossa imagem?, disse o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná, Ágide Menegheti. Para ele, isso é possível a curto prazo, com um planejamento sério, envolvendo todos os segmentos da agropecuária paranaense.

Bianchini agradeceu o apoio dos representantes do Conesa e afirmou que, em se tratando de sanidade agropecuária, o objetivo do governo do Estado é o mesmo das entidades presentes à reunião, ou seja, trabalhar de forma efetiva e transparente, na expectativa de reconquistar o mais breve possível o status de área livre de aftosa.

O secretário afirmou ainda que a Seab pretende seguir todas as orientações do Conesa para atingir a meta, que é a vacinação em massa, se empenhando ao máximo para que nenhuma cabeça de gado deixe de ser vacinada no Estado.

Na pauta de reunião do Conesa também entrou em discussão o plano nacional de combate e erradicação da febre aftosa, uma proposta de trabalho conjunto nas regiões de fronteira, entre Ministério da Agricultura, Mato Grosso do Sul e Paraná.

A solicitação de inclusão de duas novas entidades no Conesa (Associação dos Fiscais da Defesa Agropecuária do Paraná e Federação dos Engenheiros Agrônomos do Estado) foi aprovada pelos participantes, bem como a criação de subcâmaras técnicas na área vegetal, proposta pelo Crea/PR para tratar do uso do solo e da água e do tratamento de resíduos de agrotóxicos na agricultura. Também foi apresentada, para avaliação do Conesa, proposta de inclusão da disciplina de educação sanitária animal e vegetal no currículo dos 17 colégios agrícolas do Paraná.

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