CNI prevê desempenho mais fraco da indústria

Com o aperto monetário promovido pelo governo, o desempenho da indústria no primeiro trimestre de 2011 deve ser ainda mais fraco que o registrado no fim do ano passado. A avaliação foi feita hoje pelo gerente-executivo de Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Renato da Fonseca.

“A concorrência com produtos importados, que já afetava a indústria, deve ser agravada pela piora de crédito no começo deste ano, que deve afetar a demanda por bens industriais. Ninguém espera uma recessão, mas o crescimento deve ser menor”, disse Fonseca.

No fim do ano passado, o Banco Central (BC) aumentou os depósitos compulsórios para financiamentos de longo prazo para consumo e, na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou em 0,5 ponto porcentual a taxa básica de juros, para 11,25% ao ano.

Segundo Fonseca, a indústria já vinha passando por um arrefecimento no ritmo de expansão ao longo de 2010, por conta da retirada dos incentivos tributários dados a alguns setores durante a crise. No entanto, segundo ele, a queda nos meses à frente pode ser amenizada se o aperto monetário não for tão intenso. “Se o aperto não for tão forte, é possível voltar a crescer no decorrer do ano”, avaliou. “Sem um cenário externo favorável, a indústria fica mais dependente do desempenho da demanda interna”, completou.

Queda inesperada

Para a CNI, a queda na produção em dezembro foi maior do que a esperada. De acordo com sondagem divulgada hoje pela entidade, a atividade caiu de 52,7 pontos em novembro para 44,7 pontos em dezembro, enquanto a utilização da capacidade instalada ficou abaixo do usual para o período, em 48,2 pontos. “Normalmente, há queda de produção no fim do ano, mas dessa vez foi maior que o usual”, afirmou Fonseca.

As expectativas dos empresários para os próximos seis meses continuam positivas, mas em patamares menores, o que pode afetar as decisões de investimentos e contratações. “Os empresários terão mais cautela este ano”, completou.

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