CNI: Nuci em queda reflete expansão de investimento

O quarto mês consecutivo de queda no Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) na indústria revela que os investimentos e projetos de ampliação das fábricas continuam em expansão, na avaliação do gerente-executivo de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco. De acordo com os Indicadores Industriais divulgados hoje pela entidade, o Nuci ficou em 82,3% em agosto ante 82,5% em julho.

“O indicador reflete possivelmente a maturação de investimentos e projetos. A indústria está trabalhando com aumento do emprego e das horas trabalhadas, mas o uso de capacidade não está pressionado”, afirmou. “Se o emprego está crescendo e Nuci está estável ou com recuo, isso significa que as plantas tiveram aumento de sua capacidade produtiva”, enfatizou.

De acordo com os indicadores, as horas trabalhadas na indústria aumentaram 0,5% em agosto em relação ao mês anterior, assim como o emprego, que apresentou expansão de 0,8% na mesma comparação. “Crescimento de emprego mostra que há planos de expansão da produção nos próximos meses”, avaliou o analista da CNI Marcelo de Ávila. “Um aumento de 0,8% no mês é bastante intenso, bem acima da média desse indicador. Além disso, todas as vagas fechadas pela crise já foram restabelecidas pela indústria, com um crescimento de 1,7% em relação a setembro de 2008”, completou.

Apesar do crescimento do emprego e da massa salarial real, que superou em 8,5% o patamar de agosto do ano passado, o rendimento médio do trabalhador continua estável, apenas 1% acima do verificado 12 meses antes. “Mesmo com um mercado de trabalho dinâmico, com crescimento do emprego, isso não traz pressão salarial para o setor”, afirmou Ávila.

Embora a indústria tenha apresentado recuo de 0,3% no faturamento em agosto, Castelo Branco ainda considera que 2010 será um ano de recorde para as vendas industriais. “Os dados do mês mostram que há alguns sinais ambíguos em relação à tendência da indústria, com algumas variáveis em recuo e outras em expansão. Talvez estejamos passando por um ajuste do ritmo da atividade, que a médio prazo deve continuar em expansão”, concluiu.

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