O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) decidiu ligar 1.000 megawatts (MW) em usinas térmicas da Região Nordeste para diminuir a necessidade de transmissão de eletricidade de outras regiões para os Estados nordestinos até que se conclua a avaliação do governo sobre a rede que sofreu um apagão na semana passada. “Talvez essa necessidade não seja maior do que de 15 dias”, anunciou há pouco o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia (MME), Márcio Zimmermann, que destacou que a ativação dessas usinas será “temporária e gradativa”.
Segundo ele, com o despacho de 1.000 MW locais, a energia transportada para a Região Nordeste diminuirá de 3.800 MW para 2.700 MW. “A decisão não tem a ver com o nível dos reservatórios. O objetivo é dar segurança à transmissão após problemas da última semana”, disse Zimmermann. “Você planeja o sistema para manter atendimento mesmo com perda de uma linha, mas houve problema em duas. Com nova configuração, queda de duas linhas não causaria novo apagão”, completou.
De acordo com o secretário, como outras térmicas do País estão sendo desligadas à medida que a estação chuvosa se aproxima, os consumidores não devem ter custos adicionais com o despacho dessas usinas no Nordeste. “É uma medida de prevenção para que haja uma verificação da vegetação sob as linhas na Região Nordeste, que ainda está sujeita a risco de queimadas”, completou.
Zimmermann afirmou que Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) continua avaliando o processo de religamento da energia após o apagão que atingiu toda a Região Nordeste na semana passada. O restabelecimento da eletricidade em alguns locais levou cerca de três horas. “Já ficou comprovado que a causa do desligamento foi uma queimada e ficou constatado que houve uma atuação correta da proteção no sentido de isolar o problema na Região Nordeste”, disse Zimmermann. “Por outro lado, continua sob avaliação o processo de restabelecimento da energia”, completou.