Expectativa

Clima favorece produção de milho e soja no Paraná

A soja e o milho, dois dos principais produtos paranaenses, devem apresentar um bom desempenho para a safra 2009-2010. Isso se deve principalmente ao clima, que tem contribuído bastante para que as duas lavouras possam se desenvolver plenamente.

Além disso, a previsão de que não haja estiagem é um motivo a mais para comemorar o desenvolvimento dessas culturas, que sofreram com a intempérie num passado bem recente.

As regiões oeste e norte despontam como os principais centro produtores de soja, enquanto o sul e sudoeste destacam-se na produção de milho. De acordo com o engenheiro agrônomo do Departamento de Economia Rural (Deral), órgão ligado à Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab), Otmar Hubner, as chuvas têm sido regulares e isso está deixando as culturas “com uma aparência bem bonita”.

No caso da soja, os fatores climáticos, aliados a um aumento na área plantada, devem render ao Paraná uma safra recorde do produto. “Passamos de 4.000.016 hectares no período 2008-2009 para 4.382.600 hectares para a safra 2009-2010. Isso representa um aumento de 9% a mais de soja plantada. Em termos de produção, esperamos uma colheita recorde de 13,350 milhões de toneladas, contra 9,328 milhões da colheita passada. Isso está gerando ótimas expectativas para o Estado, que é o segundo maior produtor de soja, atrás apenas do Mato Grosso”, revela Hubner.

Principal atividade agrícola do Paraná, Hubner acredita que possa haver um aumento no volume de exportações do alimento, principalmente China, maior comprador da soja paranaense, e países da União Europeia.

“De janeiro a novembro do ano anterior, o complexo da soja, que envolve o grão, o farelo e o óleo, movimentou R$ 5,2 bilhões. Com a tendência dessa produção recorde e com uma certa estabilidade na economia mundial, existe a possibilidade de que as exportações aumentem”, avalia.

O superintendente adjunto da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), Nelson Costa, também compartilha do entusiasmo do engenheiro agrônomo do Deral. Segundo Costa, a soja vem mostrando força no mercado internacional.

“A bolsa de Chicago, nos Estados Unidos (principal bolsa para negociar soja no mundo) vem mantendo um certo acréscimo nos valores da soja. Os preços estão surpreendentemente bons e estamos confiantes que a safra 2009-2010 será bem positiva para o produtor. Claro que ainda pode melhorar, pois os preços ainda não são os ideais, mas ainda assim acredito que temos bons motivos para crer que essa lavoura será interessante”, afirma.

Área plantada de milho no Estado diminui 28% este ano

Plantações de soja estão mais localizadas nas regiões oeste e norte.

Embora o Paraná seja o maior produtor nacional de milho, a cultura, que ficou seriamente prejudicada por conta da estiagem no ano passado, registra uma diminuição na área plantada, passando de 1.268.700 hectares para 912.500 hectares, reduzindo em 28% a área plantada.

Por outro lado, o tempo tem sido benéfico para cultura, de modo que, pelo menos mantém uma certa estabilidade. A safra anterior foi de 6,5 milhões de toneladas para 6,4 milhões, queda de 2%. O Deral atribuiu “bom” para 95% das áreas do cereal.

O que mais preocupa Hubner, porém, não é a diminuição da área, mas sim os baixos preços obtidos pelo produtor. Segundo ele, a situação é preocupante. “Ainda que o produto desse ano vai ter uma melhor qualidade e mesmo com a redução de área, a produção manteve-se praticamente a mesma, o preço obtido pelo produtor está muito baixo. Muitos estão praticamente tendo que pagar para trabalhar”, lamenta.

O superintendente adjunto da Ocepar diz também qu,e há uma grande quantidade de milho no estoque e que isso ajuda a derrubar os preços. “Calculamos que existam umas 10 milhões de toneladas em estoque. O ideal seria que tivesse, no máximo, três milhões. O nosso milho é praticamente utilizado para consumo interno. Seria interessante conseguir aumentar as exportações ou pelo menos garantir um preço em que o produtor não tenha tanto prejuízo”, avalia.

Mesmo num cenário com perspectivas não muito boas, Costa vê a boa produção como um alento. “Em ano de boa produtividade, o produtor ganha na escala”, encerra.

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