Chineses vão fabricar isqueiros em Quatro Barras

O grupo chinês Luneng Policity do Brasil está investindo inicialmente US$ 11 milhões para a instalação de uma fábrica de isqueiros no município de Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba. Para a cerimônia de instalação da fábrica, o governador Roberto Requião recebeu ontem, no Palácio Iguaçu, o presidente da Rede Federal de Energia da China, Liu Zhen Ya e o presidente do grupo Luneng e gerente-geral da rede de energia de Shandong, Xie Ming Lian.

A previsão é que a fábrica comece a operar até o final deste ano, devendo produzir durante o primeiro ano 140 milhões de isqueiros. A fábrica vai gerar 400 empregos diretos. O grupo chinês não divulgou o total de investimentos na fábrica de isqueiros. Os recursos serão liberados à medida da exigência do empreendimento.

Para o governador Roberto Requião, o novo investimento é fundamental para o estabelecimento de relações comerciais mais sólidas com a China e destacou que o grupo chinês não está recebendo nenhum incentivo que não possa ser concedido a empreendimentos brasileiros. “O governo do Paraná está aberto a investimentos internacionais, mas acabou com a subserviência e com a vassalagem”, destacou.

Mais negócios

Segundo o presidente da Rede Federal de Energia da China, Liu Zhen Ya, a fábrica de isqueiros é a primeira experiência do grupo com a instalação de empresas multinacionais. Segundo ele, outros empreendimentos no Brasil estão sendo negociados, como a instalação de uma fábrica de extração de óleo de soja no Paraná para exportar o produto para os chineses. Também está em negociação a importação de minérios de ferro da China, principalmente o carvão que pode ser usado como energia para empresas de termeletricidade.

O governador Roberto Requião lembrou que a iniciativa de investimentos da China em Quatro Barras vai ao encontro de seu interesse no estreitamento das relações comerciais com aquele país, o que já ocorreu durante seu primeiro governo (1991-1994), e que será reeditado agora.

Requião salientou que o interesse da China pelo Brasil e particularmente pelo Paraná revela que há alternativas para a polarização do comércio mundial, em que os países são extremamente dependentes dos Estados Unidos. “Precisamos de todas as oportunidades de comércio oferecida por outros países, porque só assim o mundo caminhará para um comércio mundial mais tranqüilo”, afirmou.

Para Requião, os brasileiros têm muito a aprender com a China “que está promovendo uma abertura inteligente para o comércio internacional”. Segundo o governador, essa abertura se contrapõe à política do neoliberalismo indiscriminado que levou o Brasil a enfrentar todas as dificuldades econômicas que estão se apresentando. Requião lembrou ainda que a proximidade com a China é uma oportunidade para o Brasil aprender com um país que tem a maior taxa de crescimento do mundo.

O grupo Shandong, ao qual pertence a Luneng, é bastante sólido na China, com atuação em vários segmentos como de finanças, energia, lojas de departamentos, comunicações, minerações, hotéis cinco estrelas, esportes e cultura.

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