China tem câmbio artificialmente desvalorizado, diz Mantega

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que a China pratica um regime de câmbio artificialmente desvalorizado, o que torna os seus produtos mais baratos favorecendo o aumento nas importações do Brasil de produtos fabricados lá. Em audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, Mantega respondeu a questionamento sobre o forte aumento na entrada de produtos chineses no Brasil.

Ele afirmou que preocupa o fato de que muitas vezes os produtos chinesas entram "de forma inadequada, produzindo concorrência desleal". Por isso, segundo ele, o governo brasileiro propôs o aumento na tarifa de importação de produtos têxteis, em fase de aprovação no Mercosul. Segundo ele, Argentina e Paraguai já aprovaram a proposta e agora só falta o Uruguai. Ele também lembrou que foi alterada a forma de tributação dos têxteis chineses, que passou de uma alíquota ad valorem (porcentual) para ad rem (valor nominal).

Em relação ao que classificou de artificialismo no câmbio chinês Mantega afirmou que o sistema no longo prazo é ruim e lembrou a experiência brasileira que manteve artificialmente o real valorizado, o que acabou gerando uma crise. Mantega afirmou que o governo brasileiro vai trabalhar para reverter a política de câmbio artificial da China. Segundo ele, o assunto foi tratado ontem com o secretário do Tesouro norte-americano, Henry Paulson que também manifestou preocupação com o tema na reunião que teve com Lula. "Vamos levar isso para uma negociação de Estado", disse Mantega, destacando que o governo brasileiro, se detectar abusos na entrada de produtos chineses, vai usar as armas que tem pra se defender.

Voltar ao topo