China sugere que Europa ceda poder aos emergentes

O primeiro-ministro da China, Wen Jiabao, pediu que a Europa ceda mais poder aos mercados emergentes nas instituições financeiras internacionais, durante um discurso de abertura do Encontro Ásia-Europa. “Precisamos melhorar o processo de tomada de decisões e os mecanismos das instituições financeiras internacionais”, disse Wen. Ele acrescentou que há a necessidade de “aumentar a representação e a voz dos países em desenvolvimento, encorajar uma maior participação e acomodar os interesses e as preocupações uns dos outros”.

Os ministros das finanças europeus concordaram na semana passada em manter conversações com os Estados Unidos e outros parceiros sobre a revisão da representação da União Europeia no Fundo Monetário Internacional (FMI). A Europa, que possui nove assentos no conselho do FMI, ofereceu dois assentos rotativos a países emergentes.

O chefe do comitê preparatório do encontro do G-20 (que reúne as 20 maiores economias do mundo) em novembro, em Seul, Changyong Rhee, disse que a proposta é um grande avanço. “Os europeus mostram flexibilidade e também oferecem soluções”, afirmou. “Não sei se (a proposta) será 100% aceita pelos membros (do G-20)”, acrescentou.

“Mas acredito que o fato de os europeus mostrarem flexibilidade e desejo de negociar é um avanço importante e espero que outros países mostrem o mesmo tipo de flexibilidade, de modo que possamos ter uma solução unânime”, observou. Um acordo para reforma do FMI deve ser atingido no encontro do G-20 em 11 e 12 de novembro na capital sul-coreana, disse Rhee. “A fim de manter a eficácia do G-20, acredito que os líderes irão promover esse desfecho”, afirmou. As informações são da Dow Jones.