China permitirá transação cambial com moeda russa

A China planeja lançar a operação do rublo russo contra o yuan no mercado de câmbio do país, informou hoje o Sistema de Negociação de Câmbio Externo da China (CFETS, na sigla em inglês), em um comunicado. Esse é o passo mais recente na direção de tornar o yuan uma moeda global e aumentar seu uso nos negócios entre fronteiras.

Pequim tem promovido o uso do yuan no fechamento de acordos comerciais e ampliado o escopo dos negócios com a moeda em Hong Kong, embora os economistas digam que vai demorar anos para que um volume significativo de acordos comerciais entre fronteiras seja fechado em yuan. Rígidos controles de capital, falta de conversibilidade total da moeda e limitado número de produtos de investimento internacionais denominados em yuan estão entre os obstáculos para tornar a moeda chinesa mais usada.

Uma autoridade do CFETS, divisão do banco central chinês que supervisiona o mercado de câmbio do país, afirmou que as transações yuan-rublo no mercado doméstico vão começar no fim deste mês. No entanto, a data não foi especificada e também não ficou claro se o Banco do Povo da China (PBOC, o banco central do país) vai estabelecer uma taxa de paridade central de referência para guiar os movimentos diários das moedas, como faz com outras divisas.

O plano de permitir a negociação yuan-rublo no mercado de câmbio interbancário do país surge depois de a agência de notícias Xinhua informar, em setembro, que o presidente chinês, Hu Jintao, endossou uma proposta da Rússia para começar as transações diretas das duas moedas no mercado de câmbio interbancário de cada país. Atualmente, seis moedas são negociadas diretamente contra o yuan no mercado interbancário da China: o dólar, o dólar de Hong Kong, o iene, o euro, a libra e o ringgit da Malásia.

Investimento estrangeiro

A China vai intensificar a fiscalização da entrada de investimento estrangeiro direto (IED) e prestar especial atenção aos fluxos de hot money (investimentos de curtíssimo prazo) em certos setores sensíveis da economia, como o mercado imobiliário, informou o porta-voz do Ministério do Comércio, Yao Jian. Os comentários ocorreram uma dia depois de a China anunciar regras para limitar compras de companhias e indivíduos estrangeiros para conter os fluxos de hot money.

As declarações ocorrem em um momento em que autoridades chinesas alertam que a excessiva liquidez mundial, impulsionada pelas medidas de afrouxamento quantitativo nos Estados Unidos, tem pressionado os países em desenvolvimento por meio da entrada de fundos. “Continuaremos a reforçar o controle da entrada de investimento estrangeiro, especialmente para prevenir os fluxos de hot money em áreas sensíveis”, disse Jian em entrevista coletiva. “Em conformidade com as exigências gerais do Conselho de Estado da China, é preciso uma maior estabilização do mercado imobiliário”, acrescentou.

De janeiro a outubro, o IED subiu 15,71%, para US$ 82,003 bilhões, em comparação com o mesmo período do ano passado, desacelerando em relação ao aumento de 16,6% observado de janeiro a setembro, segundo o Ministério do Comércio.

O governo da China anunciou ontem que as empresas estrangeiras só podem adquirir imóveis comerciais que planejam usar e reforçou as regras existentes para limitar a compra de imóveis por indivíduos estrangeiros para uma unidade residencial por pessoa, para uso próprio. As informações são da Dow Jones.

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