Cepal rejeita monopólio da internet

Rio (ABr) – O problema fundamental da internet hoje, segundo a secretária da Comissão Econômica das Nações Unidas para a América Latina e o Caribe (Cepal), Marta Maurás, é o monopólio norte-americano sobre sua administração. Atualmente, existe um único grupo privado, radicado nos Estados Unidos, que controla o setor e distribui os nomes de domínios e os espaços na internet. Como as possibilidades de utilização da rede são enormes para governos, para a Ciência e Tecnologia e para a educação, e levando-se em conta as diferentes realidades nacionais e culturais dos países, Maurás acredita que ?é preciso ir para outra formulação, que seja mais internacional?.

Ainda não há consenso entre os latinos-americanos e caribenhos sobre a chamada governança da internet, mas se a região conseguir chegar a um acordo, isso facilitará, sem dúvida, o entendimento sobre a matéria no âmbito global, diz.

Ela ressaltou que para administrar a rede é preciso ter um bom maquinário, porque se falhar, o mundo inteiro se verá às voltas com um problema sem tamanho. Outra questão está relacionada a alguns posicionamentos no mundo que defendem que essa governança deveria ser responsabilidade exclusiva dos governos, coisa que a comunidade científica e a sociedade civil em geral desaprovam. ?Eles não querem deixar só nas mãos do governo?, diz Maurás.

Ela participa da Conferência Ministerial Regional da América Latina e Caribe, preparatória da 2.ª etapa da Cúpula Mundial sobre Sociedade da Informação, programada para novembro, na Tunísia, que se encerrou ontem nesta capital.

Marta Maurás lembrou que o tema não chegou a ser resolvido na 1.ª etapa da Cúpula Mundial, realizada em Genebra, Suíça, em 2003. Revelou que essa foi uma das razões que levaram o encontro de Genebra a decidir passar ao secretário-geral das ONU, Kofi Annan, a resolução desse problema. O Grupo de Trabalho da ONU designado por Annan para cuidar da Governança da Internet deve concluir seu relatório na próxima semana, que depois será submetido à aprovação final na Cúpula Mundial da Tunísia.

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