Cenário adverso eleva dólar em quase 2%

São Paulo (AG) – O cenário internacional adverso fez o dólar disparar 1,92% ontem, a maior alta percentual em um único dia desde 31 de maio do ano passado. A moeda norte-americana fechou cotada a R$ 2,748 na compra e R$ 2,750 na venda. Com os títulos da dívida externa brasileira em queda, o risco-país subiu 2,91% no final da tarde, aos 459 pontos centesimais.

O estresse dos mercados foi provocado pelo temor de que um choque de juros nos Estados Unidos leve a uma fuga de recursos aplicados no Brasil. Isso porque o Federal Reserve demonstrou na véspera estar preocupado com a inflação norte-americana. O temor do Fed foi reforçado pelo índice de preços ao consumidor (CPI) norte-americano, que ficou em 0,4% em fevereiro, acima do esperado.

A leitura dos analistas e investidores é de que o Fed poderá elevar de 0,25 para 0,50 ponto percentual a dose de aumentos dos juros básicos norte-americanos, como forma de conter a inflação. O efeito colateral possível para os países emergentes seria uma migração de recursos para os Estados Unidos. Os ativos norte-americanos ainda pagam taxas bem menores que os emergentes, mas são considerados de risco zero.

O Fed elevou a taxa norte-americana de 2,50% para 2,75% ao ano. A taxa ficou dentro do esperado, mas o mercado não esperava a sinalização de preocupação com a inflação. No Brasil, os juros estão em 19,25% ao ano.

As projeções dos juros negociadas na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) fecharam em alta generalizada, acompanhando o dólar e o risco-país. O Depósito Interfinanceiro (DI) de julho fechou com taxa de 19,59% ao ano, contra 19,54% do fechamento de terça-feira. O DI de janeiro, o mais negociado, teve a taxa elevada de 19,43% para 19,53% anuais.

Bovespa

A Bolsa de Valores de São Paulo se manteve em queda ontem, de 1,39%, registrando movimento abaixo de dias anteriores, com R$ 1,830 bilhão e 26.248 pontos. 

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