Embora as frutas e verduras sejam o “carro-chefe” da Central de Abastecimento (Ceasa) em Curitiba, o espaço com mais de 70 mil metros quadrados de área construída abriga uma diversidade de produtos. Dentro deste espaço, no qual 12 mil pessoas circulam diariamente, muitos itens com preços em queda ou estáveis fazem frente à tradicional alta das frutas e verduras por conta dos dias mais rigorosos do inverno.
Um dos principais chamarizes para quem procura economia na hora de abastecer a dispensa são os produtos embutidos e defumados. Com o embargo russo à carne brasileira, suínos derivados desse tipo de proteína estão em queda livre. “Até mesmo o quilo do Cracóvia (salame) já reduziu de R$ 12 para R$ 10”, aponta o produtor Sebastião Sampaio. “A tendência é que novas baixas aconteçam com o aumento da oferta no mercado brasileiro”, avisa.
Outro produto que impacta no planejamento financeiro do consumidor é o mel. O quilo comercializado na área reservada aos produtores paranaenses, o Mercado Produtor, desde janeiro não sai da casa dos R$ 10. “Oscila pouco porque o tempo não influi na produção do ano. No inverno morre muito enxame, mas precisa de um frio muito intenso para ameaçar a produção do ano seguinte”, explica o apicultor Vanderlei Rocha dos Santos.
Renda para produtores
Além de preservar o bolso do consumidor, o mel tem representado uma excelente alternativa de renda para os produtores de vários municípios da região “suleste” do Paraná, que concentra no fumo uma das principais atividades econômicas. A região engloba localidades como Agudos do Sul, Piên, Quitandinha, Tijucas do Sul e Mandirituba.
“O calendário de trabalho com o mel não atrapalha outras culturas. Além disso, a manutenção exige poucas horas de trabalho no mês e um baixo investimento na manutenção”, avalia Santos, lembrando que o capital inicial para a compra do maquinário (centrífuga) é a parte mais cara desse negócio.
“No caso dos 65 produtores da região suleste, isso não foi necessário porque formamos uma espécie de cooperativa, que viabilizou a Casa do Mel, em Agudos do Sul”, acrescenta Santos que é o atual presidente do Núcleo dos Apicultores da Região Suleste do Paraná (Napisul). Só na Ceasa, a renda líquida diária obtida com o mel e derivados fica em torno de R$ 300.