Cassi, do BB, tem rombo de R$ 100 milhões

Brasília (AE) – A Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi), plano de saúde dos funcionários do banco, está com um déficit operacional acumulado de cerca de R$ 100 milhões. O número ainda não está fechado, mas tanto a Cassi como uma fonte do BB confirmaram que o saldo negativo está ao redor desse valor. O déficit da Cassi vem crescendo ano a ano, desde 1999, e já consumiu praticamente todas as reservas acumuladas pela entidade no Plano Associado, que atende os funcionários e onde se concentra o problema.

O coordenador da comissão de empresa dos funcionários do BB na Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf, vinculado à CUT), Marcel Barros, afirmou que é responsabilidade do BB cobrir o déficit nas contas da Cassi. Segundo ele, esse buraco surgiu por dois problemas, sendo o primeiro a redução da contribuição do banco, a partir de 99, de 4,5% para 3% do salário do funcionário.

O outro problema apontado por Barros foi a política de aumentos magros no plano de cargos e salários dos trabalhadores do BB, que afetou negativamente a receita originada dos funcionários. ?A política adotada a partir de 1998 reduziu de 12% para 3% a recuperação salarial prevista para ocorrer a cada três anos. Isso provocou uma redução drástica na receita da Cassi?, afirmou o coordenador.

O Banco do Brasil informou que não se considera responsável pelo déficit da Cassi. A instituição afirma que, como patrocinadora, acompanha a situação da entidade e analisa como reequilibrar o plano deficitário. Embora não informe oficialmente seu conteúdo, o BB fez uma proposta aos funcionários para solucionar o problema do déficit, com o qual, segundo uma fonte, não aceita arcar sozinho.

Segundo Marcel Barros, representante dos trabalhadores, a proposta do BB prevê aumento na sua contribuição de 3% para 3,75%, o que levaria a um aumento da parcela dos funcionários na mesma proporção. Além disso, o BB quer que os funcionários passem a ter participação nas despesas com exames, pagando 10%, limitado a 1/24 do salário, da despesa.

Barros disse que os funcionários não aceitam a proposta do banco, sobretudo, em relação ao aumento na contribuição. ?Pelo estatuto o banco tem que contribuir com uma vez e meia o valor pago pelo funcionário, mas o BB reduziu a sua contribuição para 1 por 1 e agora quer passar a conta para o trabalhador?, afirmou, defendendo que inicialmente, para minimizar o problema do rombo, o banco faça uma antecipação de dois meses de contribuição (algo em torno de R$ 60 milhões) à Cassi.

O sindicalista disse que os funcionários topam discutir co-participação nos custos dos exames, ?mas não pode ser aplicada em tudo?.

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