Carrefour vendeu computador usado

O pintor automobilístico Isaac Alves Amorim, 36 anos, acusa a rede Carrefour, unidade de Curitiba, de ter vendido um computador usado no início do mês. Ele conta que o equipamento apresentou problemas logo nos primeiros dias depois da compra. Quando levou à assistência técnica autorizada, descobriu que a máquina já havia passado pelo conserto quatro vezes e que a garantia oferecida pela empresa já não valia mais. A rede, segundo o pintor, se recusou a trocar a mercadoria. Apenas ontem o Carrefour, com sede em São Paulo, admitiu a falha e ofereceu um computador novo ao cliente.

“O que me deixou mais ?queimado? foi que eu ameacei quebrar o computador, no Carrefour, e o funcionário disse que eu podia quebrar pois não poderia fazer nada”, conta Isaac. Segundo ele, o equipamento foi comprado no dia 1.º de outubro em um saldão de ofertas da unidade Parolin. Custou R$ 899,00, divididos em 12 parcelas de R$ 104,00. O defeito só foi notado quatro dias depois da compra, quando Isaac chamou o rapaz de um provedor para instalar a internet. “Ele não conseguia conectar. Daí, levei até a assistência técnica autorizada, a Lince Informática, no Boqueirão, e descobri que o equipamento era usado”, conta Isaac. Conforme nota fiscal da assistência técnica, a máquina pertencia a Elielde de Lara Reis e foi levada para conserto três vezes: em setembro, outubro e novembro de 2001. Em janeiro de 2002, foi a vez de o próprio Carrefour levar o computador à assistência, conforme cópia da nota apresentada por Isaac.

“A máquina já era usada e mesmo assim venderam para mim”, acusa o pintor. Para ele, houve má-fé da rede de supermercados. “Quando expliquei a situação para um dos funcionários, ele disse que mercadoria de saldo é assim mesmo.” Isaac conta que procurou o Carrefour três vezes, sem sucesso. “Na hora de vender é um procedimento, mas na hora de resolver um problema, o tratamento é outro. Ainda mais comigo, que fui direto do trabalho. Se tivesse ido todo engomadinho, o tratamento talvez tivesse sido outro”, ressente-se.

O pintor procurou o Procon-PR, onde recebeu orientação de prestar queixa na Delegacia de Defesa do Consumidor (Delcon), ingressar ação no Juizado de Pequenas Causas e procurar a Receita Federal. Ele conta que, segundo o Procon-PR, o supermercado tem que ressarci-lo com um computador novo sem pagar por ele. “Eu fui lesado”, aponta.

Carrefour

A rede Carrefour, através da assessoria de imprensa, informou que a confusão foi causada por erro de um funcionário. Segundo a assessoria, o computador AMD 450 MHz da Semp Toshiba, comprada por Isaac, era de fato usado. “Esse computador tinha sido vendido pelo Carrefour para outro cliente. Mas apresentou defeito e foi devolvido. Quando isso aconteceu, a máquina teria que ser mandada para a fábrica, mas foi parar na prateleira por erro de um funcionário”, justificou a assessoria. Outro erro foi a nota fiscal do computador não constar a mensagem: “Mercadoria de mostruário, sem embalagem, sem acessórios, no estado em que se encontra, com garantia do fabricante de três meses, sem direito à troca na loja”. A rede propôs ontem fazer a troca do equipamento por um mais potente – um Celeron 733 MHz. “Fizemos a proposta, mas o cliente ficou de pensar”, informou a assessoria, acrescentando que o valor será mantido em R$ 899,00. Quanto ao funcionário, ele deve passar por reciclagem.

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