Câmbio e soja freiam exportações

A balança comercial paranaense fechou com resultado negativo no primeiro semestre de 2005. O dólar e preços desfavoráveis influenciaram nas vendas internacionais que caíram 0,23% no acumulado deste ano em relação a 2004. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), divulgados ontem pelo Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) e Secretaria de Estado da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul, de janeiro a junho deste ano o Estado exportou US$ 4,72 bilhões, contra US$ 4,73 bilhões no mesmo período de 2004.

?As exportações continuam como opção para que o industrial mantenha a produção e garanta os empregos. No entanto, o efeito do dólar baixo e os preços das comoditties reduzidos já prejudicam a pauta paranaense?, diz o presidente do Sistema Fiep, Rodrigo da Rocha Loures. Segundo ele, alguns setores que operam com comoditties, como soja, ficaram sem opção de recuperar os ganhos em função da atual política de juros altos, que mantém o mercado interno reprimido.

No primeiro semestre, as vendas de produtos básicos recuaram US$ 657 milhões, baixando de US$ 2,26 bilhões para US$ 1,6 bilhão. Somente nos itens farelo, bagaço e soja in natura, o Paraná deixou de ganhar mais de US$ 480 milhões. No primeiro semestre de 2004, estes itens exportaram US$ 1,43 bilhão. No mesmo período de 2005, as vendas internacionais destes produtos ficaram em US$ 946 milhões.

?O efeito da queda do complexo soja refletiu também na relação comercial entre o Paraná e a China?, informa o secretário da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul, Virgílio Moreira Filho. No primeiro semestre deste ano, as exportações para China recuaram 43,78%, de US$ 689, em 2004, para os atuais US$ 387 milhões.

Em compensação, as exportações do setor industrial mantiveram-se em alta, ampliando as vendas em US$ 646 milhões, quase o equivalente à perda dos produtos básicos. O principal crescimento se deu no setor automotivo. Apenas no item de carros 1.0, as vendas acumuladas cresceram US$ 220 milhões, atingindo em junho a marca de US$ 228 milhões e subindo da 67.ª posição no ranking de produtos exportados em 2004 para a 4.ª posição em 2005.

Saldo em queda

A valorização do real frente ao dólar incentivou as importações e fez com que o saldo da balança comercial caísse pela segunda vez neste ano. No primeiro semestre as importações paranaenses cresceram 32,46%, alcançando a marca de US$ 2,4 bilhões. No ano passado, as compras internacionais ficaram em US$ 1,8 bilhão no período.

Entre os principais insumos importados, o destaque fica para o Óleo Bruto de Petróleo. Influenciadas pela baixa do dólar e dos preços do barril de petróleo, as compras internacionais do produto subiram de US$ 113 milhões, em 2004, para US$ 405 milhões. É o maior volume dos últimos três anos. O principal e único fornecedor deste óleo tem sido a Nigéria.

Em 2005, o maior comprador do Paraná continua sendo os Estados Unidos, para onde as vendas cresceram 24,42%, alcançando US$ 696 milhões. Depois, vem a Alemanha, com alta de 86,73% (US$ 523 milhões), e a China (US$ 387 milhões).

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