Camargo Corrêa contesta CSN e aguarda Cade

A Camargo Corrêa informou na noite de ontem que contestou a solicitação encaminhada uma semana antes pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) de medida cautelar para que a empresa “se abstenha de interferir na administração da subsidiária brasileira da Cimpor – Cimentos de Portugal”. A Camargo Corrêa apresentou a contestação no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) no dia 17 de fevereiro, e aguarda a decisão do Cade.

Em curto comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), órgão regulador português, a Camargo Corrêa afirma que a aquisição das ações da Cimpor ocorreu no “âmbito da estratégia de expansão internacional das atividades da empresa” e que tal decisão “não afeta as relações de concorrência no Brasil”.

A Camargo Corrêa acrescenta que a apresentação, por parte da CSN, da medida cautelar “não prejudica a aquisição de ações da Cimpor já realizada pela Camargo Corrêa, nem o exercício dos respectivos direitos.”

Ontem, o Cade se manifestou afirmando que não deverá adotar a sugestão da Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça de suspender os efeitos da compra de parte das ações da cimenteira Cimpor pela Camargo Corrêa e Votorantim. O conselheiro Vinícius Carvalho, relator do processo no Cade, informou à Agência Estado que aceitou um acordo proposto pela Votorantim, que defende a continuidade das negociações, mas determinou que a empresa não interfira nas decisões empresariais da Cimpor relacionadas ao Brasil.

Sistema de concorrência

O parecer da SDE, pela suspensão até que o negócio fosse julgado pelo sistema da concorrência, atendia ao pedido de medida cautelar feito na semana passada pela CSN que também tenta adquirir ações da Cimpor. A SDE sugeriu ao Cade que proibisse a Votorantim, a francesa Lafarge, a Camargo Corrêa e a Cimpor de realizarem qualquer transferência de ativos relacionados aos negócios que desenvolvem no Brasil.

A Votorantim comprou participação de 17,28% que a Lafarge possuía no capital social da Cimpor e, após novas negociações, ficou com 21,2% da empresa. A Camargo Corrêa, por sua vez, comprou 31,2% da cimenteira portuguesa.

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) fez uma Oferta Pública de Ações (OPA), na Bolsa de Valores de Portugal, para tentar comprar o controle acionário da Cimpor. O prazo da oferta de aquisição de ações da Cimpor pela CSN termina no dia 22 de fevereiro, próxima segunda-feira.

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