Caixa reabre crédito para classe média

O presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso, anunciou ontem a reabertura da linha de financiamento habitacional com recursos da poupança, que está fora de operação há 13 anos. Será uma linha de R$ 2 bilhões, que atenderá principalmente a classe média, já que, para conseguir acesso a esses recursos, as famílias precisarão ter renda mensal de no mínimo R$ 4.900.

Os juros estarão também entre os mais baixos do mercado, variando de 10% a 12% ao ano, dependendo do prazo de pagamento. A Caixa estabeleceu que a nova linha será mantida por dois anos.

Para inclusão na nova linha, o valor dos imóveis terá de ser a partir de R$ 80 mil. Desse montante até R$ 130 mil, a Caixa irá fixar um juro mais baixo, de cerca de 10%; de R$ 130 mil a R$ 350 mil, o juro será um pouco maior; e, a partir de R$ 350 mil, o juro poderá chegar a cerca de 12%, dependendo do prazo.

Não será fixado um teto para o valor do imóvel a ser financiado. A autorização do empréstimo depende da renda do interessado. O limite de prazo para o pagamento do empréstimo será de 240 meses, e será financiado até 80% do valor total do imóvel.

Ao reabrir os empréstimos com recursos da poupança, a Caixa passa a disputar esse tipo de financiamento com o setor privado. Para os empréstimos habitacionais, a Caixa usava recursos próprios, dinheiro do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e repasses da União, como o dinheiro do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). O setor privado sempre usou o dinheiro da poupança para esse empréstimo.

Desde 1992, a Caixa estava proibida pela União de aplicar recursos da poupança em financiamento habitacional. A lei veta que a Caixa aplique mais de 45% de seu patrimônio em imóveis com dinheiro da poupança, e a instituição estava com mais de 100% comprometidos. Com fôlego maior neste final de ano, a Caixa poderá voltar ao mercado.

Mattoso anunciou novas linhas de empréstimo para imóveis com dinheiro da poupança. Serão oferecidas, por exemplo, linhas de crédito para financiamento de imóveis tanto para pessoas físicas como para pessoas jurídicas. A medida foi aprovada pelo conselho diretor da instituição, semana passada.

Na primeira quinzena de novembro, o total das contratações habitacionais da Caixa acumuladas no ano superou o montante contratado ao longo de todo o ano passado. Foram R$ 5,922 bilhões contra R$ 5,893 bilhões. O valor considera todas as fontes de financiamento e representa 310.975 unidades habitacionais.

Nas operações de crédito destinadas ao setor privado, o que inclui os financiamentos individuais de pessoas físicas de todas as faixas de renda, o crescimento é de 21%. O valor total financiado é superior em R$ 990 milhões ao aplicado em todo o ano de 2004.

Já na categoria carta de crédito com recursos da própria Caixa, até 11 de novembro, havia sido contratado R$ 1,052 bilhão. Em todo o ano de 2004, essa modalidade teve uma contratação de R$ 453 milhões. Até essa data, o aumento registrado foi de 132% em relação a todo o ano passado.

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