As empresas prejudicadas pelas chuvas em Santa Catarina já podem procurar o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo-Sul (BRDE) para buscar recursos a serem utilizados na recuperação da atividade econômica. O BNDES divulgou medidas de apoio emergencial ao governo catarinense e às empresas da região localizadas nos municípios que declararam estado de calamidade pública ou situação de emergência.
O BRDE, primeiro agente credenciado a operar linhas de financiamento do BNDES, calcula que as medidas movimentem cerca de R$ 1 bilhão. Além de Santa Catarina, o BRDE tem agências no Paraná e no Rio Grande do Sul.
O pacote aprovado pelo BNDES inclui a ampliação do Programa de Apoio à Revitalização de Empresas (Revitaliza), com condições especiais de financiamento; a criação do Programa de Apoio Emergencial Santa Catarina (Paesc) para micro, pequenas e médias empresas e a criação do Programa de Refinanciamento de Créditos (Refin Especial). Esta última concessão de linha, destinada às empresas que já são clientes do BRDE, vai movimentar R$ 350 milhões.
Segundo técnicos, na região afetada pelas enchentes, o BRDE registra 447 operações ativas, com um saldo total de R$ 356,1 milhões. A solicitação de refinanciamento deverá ser protocolada até o dia 31 de março. “Não haverá dificuldade com o prazo porque a agência do BRDE em Florianópolis já se antecipou e fez um levantamento dos clientes que necessitam de um refinanciamento”, explica Casildo Maldaner, diretor de Operações do BRDE.
O Paesc, programa especialmente criado para apoio emergencial, deve movimentar R$ 500 milhões. “Este programa financia tudo o que as empresas perderam, inclusive o que o BNDES não financia, que é a reposição de estoque”, explica Paulo da Silva Reis, superintendente de Acompanhamento e Recuperação de Créditos, setor do BRDE que elaborou a proposta apresentada em dezembro ao presidente do BNDES, Luciano Coutinho, pela diretoria do BRDE. O encontro ocorreu no gabinete do governador catarinense Luiz Henrique, em Florianópolis.
Segundo o vice-presidente e diretor de Acompanhamento e Recuperação de Créditos, José Moraes Neto, o BRDE acertou na formulação da proposta ao BNDES. “Os técnicos anteciparam as necessidades das empresas e elaboraram uma proposta de financiamento que se adapta aos programas já existentes. Dessa maneira, a aprovação das medidas é mais rápida e o atendimento das empresas também”, explica.
As empresas afetadas pelo corte do abastecimento de gás natural do Rio Grande do Sul também são beneficiadas com os programas. O pacote de medidas aprovadas pelo BNDES beneficia empresas, clientes ou não do BRDE. Produtores rurais das regiões atingidas pelas enchentes já foram atendidos com prorrogação das parcelas vencidas e linhas especiais de crédito pelo Pronaf e programas agrícolas.