Brasileiro está otimista, mas freia consumo

Rio – A percepção dos brasileiros sobre a situação econômica do País e de suas famílias neste início de ano é otimista, mas não a ponto de aumentar as intenções de consumo. Mais da metade (50,83%) dos cerca de dois mil chefes de família entrevistados em janeiro pela Sondagem de Expectativas do Consumidor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) declararam pretender reduzir, nos próximos seis meses, os gastos com “bens de alto valor” (a faixa de preço não é explicitada) em relação aos seis meses anteriores.

É praticamente a mesma parcela dos que responderam de igual forma na edição de outubro da pesquisa (50,91%), realizada em Brasília e 11 regiões metropolitanas de capitais estaduais, inclusive São Paulo. A proporção dos que pretendem gastar mais caiu de 21,12% para 18,95%.

Apenas entre as famílias com renda mensal igual ou acima de R$ 5.000 a proporção dos que pretendem diminuir os gastos com bens de alto valor não chegou à metade, mas ficou perto disso, em 42,59% dos entrevistados, com outros 19,75% afirmando esperar aumentar seus gastos.

“O consumidor está se preparando para voltar a consumir, mas está “limpando a área” antes, interpreta o economista da FGV Salomão Quadros. “Primeiro, ele quer que essas expectativas otimistas se confirmem. Depois, ele quer reduzir as dívidas, antes de consumir.”

Quadros explicou que, na avaliação sobre a situação econômica do País, 60,09% dos entrevistados acham que ela vai melhorar nos próximos 6 meses e 79,31% consideraram que, em janeiro, ela já era melhor ou igual a de meados do ano passado. Foram os melhores resultados da sondagem para essas questões desde que a pesquisa, trimestral, começou a ser realizada em janeiro do ano passado. A grande maioria (54,92%) acha que a situação do País está igual à de julho do ano passado e 24,39% acham que ela está melhor.

A percepção de melhora da situação do País é mais baixa entre as famílias com ganhos mensais menores que R$ 600 e mais alta entre as com renda mensal entre R$ 2 mil e R$ 4.999.

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