Brasil vai apoiar uruguaio na OMC

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, informou que o Brasil irá apoiar o candidato uruguaio para o cargo de diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), o ex-presidente do Conselho Geral da organização Carlos Pérez del Castillo. ?O chanceler Celso Amorim, após examinar o assunto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, telefonou para o presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, e comunicou que o governo brasileiro apoiará o candidato sul-americano Carlos Pérez del Castillo para o cargo de diretor-geral da OMC?, diz a nota oficial do Itamaraty.

A nota é curta e não explica a posição do Brasil, que até esta semana ventilava as possibilidades de se abster na eleição ou até mesmo apoiar o candidato da União Européia, o francês Pascal Lamy.

A decisão do governo brasileiro vem dias após as críticas ao Brasil atribuídas ao presidente argentino, Néstor Kirchner, e do ministro das Relações Exteriores argentino, Rafael Bielsa.

Segundo a imprensa argentina, o governo argentino teria dito que o Brasil pretende exercer papel de liderança na América do Sul sem dar tratamento de ?sócio? aos vizinhos e que o governo Lula quer ocupar vagas em todos os organismos internacionais e até mesmo ?no Vaticano? – em referência ao apoio do presidente Lula para que o sucessor do papa João Paulo II fosse o cardeal-arcebispo de São Paulo, d. Cláudio Hummes.

A eleição na OMC ocorre em várias etapas. O candidato brasileiro à direção da OMC, o embaixador Luiz Felipe Seixas Corrêa, foi eliminado logo na primeira rodada de escrutínios. No dia 15 do mês passado, Amorim havia anunciado a retirada da candidatura, dizendo que o embaixador tinha poucas chances de vitória.

Na sexta-feira (29), o candidato de Maurício ao cargo na OMC, o ministro do Comércio Exterior do país, Jaya Krishna Cuttaree, anunciou que saiu da disputa. ?Participamos da competição e perdemos?, disse Cuttaree.

A disputa agora está apenas entre o francês Pascal Lamy, ex-comissário de Comércio da União Européia, e o candidato uruguaio.

Crise

Desde segunda-feira, diplomatas brasileiros e argentinos vêm travando um bate-boca em torno das críticas que o presidente Kirchner teria feito ao Brasil e da declaração, também atribuída a Kirchner, de que teria chegado a hora de ?endurecer? as relações com o governo brasileiro. O ministro Rafael Bielsa assumiu, no entanto, um tom mais moderado e admitiu que entre os dois países há ?assimetrias?, mas descartou o endurecimento.

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