NA VANGUARDA

Brasil quer superar PIB do Reino Unido e da França até 2015

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou hoje (16) que o Brasil deixou de ser o “patinho feio” da economia mundial e está na “vanguarda” das nações que mais registram expansão. “O PIB (Produto Interno Bruto) do País deve superar o Reino Unido e a França até 2015, em paridade de poder de compra”, comentou, em palestra fechada para 600 investidores, promovida durante a manhã pelo banco BTG Pactual. O áudio da palestra foi distribuído aos jornalistas nesta tarde.

O ministro fez uma avaliação positiva das perspectivas de crescimento do País nos próximos anos e ressaltou que o avanço da economia nacional deve ser puxado especialmente por investimentos e pelo contínua evolução da demanda interna. Segundo Mantega, a demanda interna deve ter crescido cerca de 10% em 2010, o que para ele “talvez tenha sido excessivo”. Ele completou afirmando que neste ano o consumo interno vai desacelerar, mas mesmo assim será robusto a ponto de puxar investimentos.

Mantega destacou que o Brasil já está num novo patamar de crescimento, pois deixou de avançar à média de 2,5% ao ano e agora cresce à taxa de 5% ao ano.

O ministro afirmou que o Brasil conseguiu registrar uma velocidade de investimentos em 2010 maior do que a da China. “Os investimentos do País avançaram 20% no ano passado, enquanto na China subiram 13%”, comentou o ministro. Mantega ressaltou, contudo, que o aumento da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) no ano passado foi muito forte porque a base de comparação era muito fraca, dado que o PIB caiu 0,6% em 2009.

O ministro, que viaja ainda hoje para participar da reunião do G-20, em Paris, ressaltou que os investimentos neste ano deverão manter um bom ritmo de expansão, com crescimento entre 10% e 12% velocidade muito semelhante, segundo ele, à que deve ser registrada pela China. Mantega destacou que os investimentos no Brasil estão crescendo de duas a três vezes a mais que o ritmo do Produto Interno Bruto (PIB), “o que é muito positivo”. “A novidade é que o crescimento é sustentável, pois não causa desequilíbrios macroeconômicos.”

Mantega disse ainda que “a inflação está dentro da meta mesmo com fatores extraordinários como choque de commodities”. “Contudo, temos de impedir que a inflação de commodities se propague para outros preços da economia. É por isso que o governo tem tomado medidas para desacelerar um pouco a economia.”

No ano passado, observou ele, apesar do avanço expressivo das cotações de matérias-primas, o IPCA atingiu 5,91%, abaixo do teto da meta de 6,5%. “Sem alimentos e transportes a inflação está muito próxima do centro da meta”, disse Mantega.