Brasil precisa conter demanda interna, avalia FMI

O Fundo Monetário Internacional (FMI) voltou a elogiar as políticas fiscal, monetária e sociais no Brasil e os diretores-executivos do FMI consideraram apropriada a intenção do País de restringir mais o juro se for necessário. Em nota informativa sobre a conclusão da Consulta do Artigo IV de 2008, que são discussões bilaterais do Fundo com os países membros, os diretores do FMI acrescentaram que o País precisa conter o crescimento da demanda interna e, neste contexto, classificou como apropriada a meta mais elevada de superávit primário em 2008.

A consulta do Artigo IV deste ano foi concluída em 11 de julho, mas liberada apenas nesta sexta-feira (8). O documento tem duas partes. A primeira é composta pelo parecer dos técnicos do Fundo. A segunda é formada pelas avaliações dos diretores-executivos do FMI. No parecer, os técnicos do Fundo resumem o panorama econômico do País nos últimos anos, avaliado como de “crescimento vigoroso com baixa inflação” e resultante de “políticas macroeconômicas sólidas num contexto de condições externas favoráveis”, com redução da vulnerabilidade, graças ao declínio na relação entre dívida pública líquida e Produto Interno Bruto (PIB), à melhora na composição da dívida pública, ao alongamento dos vencimentos dos títulos e ao acúmulo de “um nível confortável de reservas internacionais”.

O FMI reitera a projeção de crescimento do PIB “em torno de 5% em 2008” e acrescenta que o regime de taxa de câmbio flexível tem produzido bons resultados para o país e a forte valorização do real contribuiu para conter a inflação

Pressão inflacionária

Os diretores-executivos do FMI acrescentaram ao parecer dos técnicos que a pressão inflacionária no País vai além dos choques de matérias-primas (commodities). “O Brasil deve conter o crescimento da demanda interna”, diz o documento. Neste sentido, os diretores citam como positivo o reforço das políticas monetária e fiscal e também elogiam as políticas sociais brasileiras. “A contenção imediata da demanda interna reforça a credibilidade da política econômica e proporciona maior margem de manobra no caso de uma nova deterioração do cenário mundial”, diz o Fundo. “A inflação está alta devido ao aumento nos preços dos alimentos e ao forte crescimento da demanda interna.

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