Brasil já admite negociar gás natural

Foto: Arquivo/O Estado

Contratos de gás estão sendo discutidos entre Brasil e Bolívia há meses.

O ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, admitiu ontem que o Brasil pode aceitar um reajuste no preço do gás boliviano, caso La Paz comprove que há desequilíbrios no contrato atual. ?A posição (da Petrobras) não é de não aceitar reajustes, mas de negociar dentro do limite do razoável?, explicou o ministro, divergindo de declarações recentes de executivos da estatal, para quem não há espaço para aumentos.

Segundo Rondeau, ?se houver clareza que existe prejuízo da parte do fornecedor, é claro que a Petrobras não agiria de forma unilateral?. ?Mas é preciso que a Bolívia demonstre isso?, argumentou em entrevista na Bolsa do Rio. Indagado se essa referência a ?negociação? seria uma mudança de posição da estatal, o ministro respondeu: ?Não há mudança de posição. O reajuste será feito se as duas partes concordarem.?

Na semana passada, Petrobras e YPFB concordaram em ampliar o prazo de negociações por mais 60 dias. O acordo evitou que os bolivianos recorressem à arbitragem internacional, mecanismo previsto em contrato para resolução de conflitos. Mas foi interpretado pelo mercado como um sinal de que a Petrobras pode ceder e aceitar mudanças no contrato.

Último prazo

Autoridades bolivianas declararam esta semana, no entanto, que não vão aceitar nova prorrogação e devem partir para a arbitragem se não houver consenso em dois meses. A próxima reunião entre as duas partes será em meados de setembro.

Diante do impasse, o Ministério dos Hidrocarbonetos da Bolívia sugeriu ao presidente Evo Morales que interceda junto ao governo brasileiro para resolver a questão. A Bolívia fala em aumentar o preço dos atuais US$ 4 para até US$ 8 por milhão de BTU (unidade de medida do poder calorífico do gás).

Venezuela

A Petrobras informou ontem que acertou com a PDVSA a abertura de um escritório conjunto no Rio para o acompanhamento do projeto da Refinaria de Pernambuco, parceria entre as duas empresas. O acordo foi feito em reunião na quarta-feira em Caracas, com participação do presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e do ministro de energia e petróleo da Venezuela, Rafael Ramírez, que preside a estatal local.

Segundo nota oficial, as duas companhias concordaram também em aprofundar os estudos para a participação da Petrobras no projeto Mariscal Sucre, na Venezuela. O projeto prevê a produção de gás natural para o mercado interno e exportação na forma de gás natural liquefeito (GNL). ?Durante os próximos dois meses serão revisadas todas as variáveis econômicas, técnicas e comerciais para a assinatura definitiva da participação da Petrobras no projeto?, diz o texto.

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