Brasil e União Européia não vão desistir da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC). Essa foi uma das principais decisões da reunião de Cúpula Brasil-União Européia, que terminou na tarde desta quarta-feira (4). "Os que disseram que Doha estava morta encontram aqui uma resposta à altura", afirmou o presidente da União Européia, o português José Manuel Durão Barroso.
Segundo informou Barroso, avaliou-se na reunião que "as posições não estão assim tão afastadas como se pretende". Ele ressalvou que é preciso "trabalhar imediatamente" para buscar um avanço. "Temos algumas semanas, não meses", afirmou.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que, em relação às negociações, é necessário reconhecer "o óbvio ululante": que não houve acordo porque as partes não concordaram com as propostas. Por isso, é necessário voltar à mesa de negociações. "Não pode é ficar nervoso", disse, traçando os limites das negociações. "Os que precisam ganhar mais são os mais pobres, os que precisam ganhar menos são os mais desenvolvidos".
O primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, resumiu os três itens que Brasil e União Européia consideraram fundamentais na parceria estratégica lançada hoje. Além de retomar a Rodada Doha os dois participantes concordaram sobre a necessidade de fortalecer o multilateralismo e de dar uma resposta ao problema do aquecimento global.