Brasil é reserva mundial de energia

?O Brasil está ?condenado? a ser a grande reserva mundial de energia através dos combustíveis líquidos.? A afirmação é do físico e engenheiro José Bautista Vidal, um dos responsáveis pela implantação do Proálcool no País, quando foi secretário de Tecnologia Industrial do Ministério da Indústria e do Comércio, na década de 70. Ele está no Paraná para participar de um ciclo de palestras nas universidades estaduais a convite da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Para o cientista, a hora não poderia ser mais oportuna, pois o Paraná desponta nas pesquisas com óleos vegetais para produção de biodiesel.

De acordo com Vidal, durante a Conferência Mundial de Energias Renováveis, em Bonn, realizada ano passado na Alemanha, ficou constatada a urgência de combustíveis alternativos ao fóssil, que está com suas reservas chegando ao fim. ?O Brasil, graças às suas vantagens de País tropical, com grande reservas de água e onde faz sol o ano inteiro, com certeza será o maior produtor de combustíveis alternativos em pouco tempo.? Para o físico, empecilhos políticos ainda não permitiram que o Brasil despontasse no desenvolvimento dessa tecnologia, mas afirma que o Paraná está dando o exemplo.

O secretário Aldair Rizzi, da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, afirmou que o Estado já investe em pesquisas com oleaginosas para produção de biodiesel e está desenvolvendo uma planta-piloto na Tecpar, para saber que em que tipo de plantas se deve investir e em que escala será necessário plantar. ?Estamos investindo R$2 milhões para desenvolver tecnologia paranaense?, diz.

Vidal lembrou que os óleos vegetais têm grande valor agregado, pois a óleoquímica está substituindo a petroquímica. ?Quando o Paraná exporta soja, não está exportando comida para vaca, está exportando matéria-prima que hoje permite a produção de produtos de ponta?, lembra. De acordo com o físico, os derivados de oleaginosas têm uma qualidade superior aos derivados de petróleo e ainda têm a vantagem de serem biodegradáveis. ?Hoje essa tecnologia permite a confecção de válvulas artificiais para o coração, que não são rejeitadas pelo corpo humano. Está na hora do Brasil investir em pesquisas nesse sentido?.

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