Bradesco cogita investir fora do país no longo prazo

Rio (AE) – O Bradesco, o maior banco privado do país, poderá dar início a um processo de internacionalização nos próximos dez anos, segundo adiantou ontem o presidente da instituição, Márcio Cypriano. ?No curto prazo, não temos interesse em sair do Brasil para outros países para fazer varejo, mas no médio para longo prazo, olhamos essa possibilidade também?, disse.

Ele acrescentou que hoje no Brasil ?ainda há um bom espaço para percorrer? para a instituição que preside, já que dos 80 milhões de pessoas economicamente ativas no país, 42 milhões ainda não têm acesso a bancos. Mas, segundo Cypriano, ?nos próximos dez anos? os investimentos do Bradesco no estrangeiro poderão ocorrer. ?Quando o mercado no Brasil começar a diminuir muito, vamos olhar para fora?, disse.

Ele participou ontem da 40.ª Assembléia Anual da Federação Latino Americana de Bancos (Felaban), na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Indagado sobre quais os destinos preferenciais para os possíveis novos investimentos, Cypriano chegou a citar a África e a Índia. ?Mas isso é muito incipiente. É o que estou pensando para 10 anos e só tenho mais três de presidência executiva do banco?, disse.

O presidente do Bradesco disse também que o mercado bancário brasileiro está muito bem definido e, por isso, não vê fortes perspectivas de aquisições. Ele explicou que 50% do mercado está nas mãos de bancos oficiais, outros 30% com bancos nacionais e 20% com estrangeiros.

Cypriano projeta uma taxa Selic – atualmente em 13,75% – de 12% ao final de 2007. Estima que a cotação do dólar chegue a R$ 2,20 em dezembro do ano que vem e que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça em torno de 4% em 2007. Ele ainda estima que a inflação (IPCA) fique dentro da meta definida pelo Banco Central (4,5%) com variação em torno de 4%. O superávit da balança comercial, segundo o presidente do Bradesco e da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), deverá chegar a US$ 42 bilhões no acumulado de 2007.

Cypriano garante que a queda dos juros também interessa às instituições financeiras. ?A redução de juros é também importante para os bancos, para aumentar as operações de crédito com segurança?, disse. Além disso, segundo ele, com a queda dos juros ?haverá projetos sendo desengavetados e o banco vai cumprir o seu principal papel, que é ser fomentador de crédito?.

Voltar ao topo