A Bovespa caiu 3,40%, ontem, acompanhando a forte queda nas Bolsas americanas. O Dow Jones recua mais de 1%, enquanto a Bolsa eletrônica Nasdaq perde mais de 2%. O movimento de perdas se acentuou após a divulgação da ata do Fed (Federal Reserve) sobre a última reunião, na qual elevou o juro americano para 2,25%.
O mercado interpretou que a taxa deve subir em ritmo mais forte, já que o Fed manifestou preocupação quanto ao futuro da inflação, em referência aos efeitos do petróleo em patamar elevado. Em outras palavras, o BC americano terá de continuar aumentando os juros para inibir alta dos preços.
Também favorece a baixa expressiva o fato de que o índice subiu bastante no final de 2004. A redução do IR (Imposto de Renda) de 20% para 15%, em vigor desde ontem, também contribui para a venda dos papéis por investidores interessados em realizar lucro, dizem analistas.
Dólar
O dólar fechou em alta de 0,93%, vendido a R$2,70, refletindo a recuperação do preço da moeda americana no mercado internacional e as remessas de lucros por multinacionais. Também o Banco Central comprou divisas para reforçar as reservas do País.
No início da tarde, a cotação chegou a subir até 1,38% na máxima de R$ 2,712. Desde a véspera do Natal, o dólar não operava nesse patamar. Mas os exportadores aproveitaram a divisa acima de R$2,70 e entraram vendendo, elevando a oferta de moeda e reduzindo a pressão sobre o preço.
"O fortalecimento do dólar no mercado europeu, a saída de dividendos de multinacionais e o leilão de compra do BC foram as principais razões para a subida da cotação no Brasil", disse o operador da corretora paulista Guitta, Manoel Alves.
Nesta terça-feira, o euro voltou a perder valor frente ao dólar, interrompendo uma tendência registrada até a semana passada, quando estava no patamar recorde de US$1,36. Hoje, a moeda única européia chegou a ficar abaixo de US$1,33.
"Ainda é cedo para cravar que a recuperação do dólar frente ao euro e outras moedas é um movimento consistente e definitivo. Pode ser apenas momentâneo. É preciso aguardar os sinais do BC americano e novos indicadores", afirmou Alves.
Na próxima sexta-feira, por exemplo, será divulgado o dado sobre a criação de vagas de trabalho nos EUA em dezembro. A expectativa dos bancos é de aumento de 112 mil vagas em novembro para 175 mil no mês passado.